De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Educação Financeira é um dos temas transversais que devem estar nos currículos escolares de todo o Brasil.
Num cenário de muita gente endividada e diversas pessoas caindo em golpes, abordar a Educação Financeira é uma excelente forma de ajudar no desenvolvimento da sociedade e do país. Falar de Educação Financeira desde cedo contribui para a formação de cidadãos cada vez mais conscientes sobre como usar o dinheiro ao longo da vida.
A importância da Educação Financeira
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Educação Financeira pode ser definida como “o processo pelo qual
consumidores e investidores melhoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros, e obtêm informação e instrução, desenvolvem habilidades e confiança, de modo a ficarem mais cientes sobre os riscos e oportunidades financeiras, para fazerem escolhas mais conscientes e, assim, adotarem ações para melhorar seu bem-estar.”
Uma das principais iniciativas no Brasil é a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). Trata-se de uma mobilização em torno da promoção de ações de educação financeira, securitária, previdenciária e fiscal no Brasil.
O objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal 7.397/2010, e renovada pelo Decreto Federal nº 10.393, de 9 de junho de 2020, é contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes.
Educação Financeira em SP
Ao assumir como novo governador do Estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, por meio de seu secretário da educação, Renato Feder, se comprometeu a incluir educação financeira como disciplina para os alunos do ensino fundamental do Estado. De acordo com ele, a implantação não deve mais ser possível para 2023 e provavelmente acontecerá no ano que vem.
O tema é de grande interesse, e já possui alguns exemplos em outros estados da federação, como no Rio Grande do Sul, que aprovou um projeto de lei no ano passado sobre o tema. Também destaque quando se fala em educação financeira, para o estado do Ceará que possui um projeto nas cidades de Beberibe, Cascavel e Pindoretama, com o uso de jogos de tabuleiro e cartas para levar lições de como lidar com o dinheiro no dia a dia.
Lucas Radd, co-fundador e CEO da Rufy, plataforma de saúde financeira, destinada para pessoas físicas e colaboradores de empresas, vê que cada vez mais é importante que o brasileiro se preocupe em se organizar financeiramente para evitar sufocos no futuro, e ter esse entendimento desde a escola é fundamental.
“As experiências com a oferta de educação financeira para todos só mostra resultados positivos, e universalizar isso, envolvendo os estudantes é fundamental, pois dá a oportunidade de entender um pouco mais de como funciona o dia a dia e como ter as finanças organizadas ajuda na realização de sonhos”, comenta.
Para você ter uma ideia, de acordo com pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 45% dos brasileiros não cuidam de suas próprias finanças. Além disso, dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 8 em cada 10 pessoas estão endividadas no Brasil, maior volume desde 2010, quando teve início a série histórica monitorada pelo CNC.