Atos no Distrito Federal: Como reagiram a Bolsa de Valores e o Dólar?

Os ataques que acontecerem no último domingo, 8, no Distrito Federal trouxeram receio sobre possíveis novos motins e uma crise institucional. Isto provocou um sinal de alerta em agentes de mercado sobre um risco de não aceitação dos resultados das eleições de 2022.

Apesar disso, o Ibovespa encerrou a sessão desta segunda, 9, com uma pequena alta de 0,15%, aos 109.129 pontos. Nas redes sociais, este resultado gerou críticas para o mercado, com internautas alegando que o mercado teoricamente “não liga para a democracia”. O dólar comercial também teve uma leve alta de 0,41%, a R$5,257 na compra e R$ 5,258 na venda. 

Porém, segundo as primeiras análises, aconteceria um impacto negativo para o mercado nacional, o que realmente aconteceu. Um exemplo é o Ibovespa Futuro para fevereiro de 2023, que abriu em queda de mais de 1%. Por sua vez, o dólar comercial chegou a crescer mais de 1%, assim como a curva de juros futuros.

Mesmo diante destas baixas mais significativas no início do dia, as demais quedas que aconteceram no decorrer do dia não revelaram um cenário forte de estresse. Isto aconteceu pois na visão da maioria dos investidores, os reflexos dos ataques não durariam muito, diante das considerações sobre as circunstâncias dos atos e às respostas institucionais.

“À medida que o trabalho diário do governo for retomado, a atenção deve voltar às questões macro que vêm ganhando importância e, aos poucos, mas com firmeza, as mudanças microrregulatórias que começam a ganhar mais espaço nas discussões governamentais”, disse o JPMorgan em análise ao InfoMoney.

Na visão dos analistas do JP Morgan ao InfoMoney, os acontecimentos do último domingo não são iguais aos que ocorreram em 6 de janeiro de 2021, dia dos ataques ao Capitólio por apoiadores do Donald Trump. “Diferente do que vimos nos EUA em 2021, não há uma demanda clara dos ‘manifestantes’ – chamados de criminosos e terroristas em diversas redes. Temos uma situação aqui que o presidente já tomou posse, o gabinete foi nomeado e o governo está funcionando há 8 dias.”

É destacado pelos analistas que existe uma diferença fundamental de que os prédios estavam praticante vazios. “Foi mais um evento midiático do que qualquer outra coisa”, disseram eles ao InfoMoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.