Ataques aos Três Poderes causam esta reação nos investidores estrangeiros

Nesta segunda, 9, a bolsa operou com volatilidade forte e baixo volume financeiro, mas sem grandes estresses e até registrando ganhos no período da tarde. Isto mostrou que os investidores, em especial os estrangeiros, não acreditaram na idéia de golpe ou quebra dos poderes após os ataques do último domingo, 8.

No entanto, os investidores também aguardam para conferir o que vem pela frente. Até as 14h, o fluxo financeiro estava em torno de R$8 bilhões, cerca da metade do que é normalmente negociado. 

O dia após os ataques ao Palácio do Planalto, Superior Tribunal Federal e Congresso Nacional, ficou marcado pelo restauração dos Três Poderes, prisão dos envolvidos, desmonte de acampamentos e pelo afastamento de autoridades, que teriam supostamente participado dos atos golpistas.

Com isso, o a bolsa de valores operou de forma mais tranquila, com o índice registrado alta de 0,5%, aos 109,5 mil pontos, em torno de 14h35. “Não vejo como um grande fator decisório (para saída do estrangeiro) os atos de domingo”, afirmou ao InfoMoney Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos. 

Na manhã de ontem, representantes dos três Poderes criticaram os atos terroristas e reiteraram a defesa da democracia, afastando qualquer possibilidade de disruptura institucional.

Na visão de Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos, os ataques isolados que ocorreram no último domingo, 8, não foi o bastante para o estrangeiro retirar seus investimentos no país.

“Mas ele fica muito mais ressabiado, e com medo de fazer grandes alocações aqui. Mas um movimento específiconão é condição sine qua non para o gringo sair, não”, disse ele ao InfoMoney.

Já para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é provável que venha a acontecer um efeito negativo no fluxo estrangeiro para a bolsa B3, especialmente neste mês, uma vez que é difícil para o estrangeiro saber o que está acontecendo.

“Se vai ser mais de curto prazo (a saída), ou não, ainda não se sabe”, disse ele ao InfoMoney, destacando que ao longo dos próximos quatro anos o governo Lula, diferente do que aconteceu dos dois primeiros mandatos, irá enfrentar uma oposição mais combativa, bem diferente da quela feita pelo PSDB.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.