Pensando em trocar de carro em 2023? Descubra qual a melhor forma de realizar este objetivo

Ter um automóvel vem ficando cada vez mais caro no Brasil. Em um período em que ao menos 40% dos brasileiros têm sofrido com nomes negativados, o ato de comprar um carro vem deixando de ser uma prioridade para a maioria das famílias no país.

Pensando em trocar de carro em 2023? Descubra qual a melhor forma de realizar este objetivo (Imagem: FDR)

Contudo, mesmo quem tem possibilidade de comprar um carro atualmente precisará pesquisar bastante para fazer um bom negócio, uma vez que o preço médio de um automóvel no país é de

Em um momento de grande inadimplência, em que 40% dos brasileiros estão com o nome negativado, comprar um carro não figura como uma prioridade para muitas famílias. Mas, mesmo quem pode considerar uma nova aquisição, vai ter que pesquisar muito para fazer um bom negócio: o preço médio de um automóvel no Brasil é R$ 129.262,92.

Para fins de comparação, em novembro do ano passado, o valor médio de um automóvel no país era 3,6% menor. Contudo, quando comparado com 2020 e 2019, o salto é ainda maior, com aumentos que rompem a casa dos 43,5% e 64,6%, respectivamente.

Dessa forma, o consumidor que tem a necessidade de comprar um automóvel precisa pensar em diversas situações para que obter o bem não tire suas finanças do azul. Assim, uma alternativa que vem ganhando força nos últimos meses é o carro por assinatura.

Como é o processo obter um carro por assinatura?

Alternativa à compra do carro via financiamento, o contrato de aluguel do carro por assinatura faz com que o consumidor escolha um carro zero quilômetro e fique responsável apenas pelo custo de abastecimento e eventuais multas — seguro, imposto e manutenção ficam sob a responsabilidade da empresa na qual o serviço foi contratado.

“A assinatura vem crescendo porque atende quem não tem dinheiro para financiar um carro e também quem não quer ter um, quem enxerga o carro como um serviço”, diz a diretora geral da Cox Automotive, consultoria automotiva da Kelley Blue Book (KBB), Ana Renata Navas,.

Atualmente, a frota das empresas de locação voltada para o serviço de carros por assinatura cresceu para 110 mil unidades, um incremento de 20,8% no período entre janeiro e outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021).

Segundo dados do Banco Central, a taxa de juros para financiamento de veículos pode chegar a cerca de 60% ao ano, a depender da instituição financeira, além do valor de entrada.

Nessa conta também entra a mudança de comportamento de alguns consumidores, que repensaram seus custos e mudaram de estilo de vida durante a pandemia. Assim, com a massificação do home office, entendem que usar um carro de aplicativo ou assinar para ter um quatro rodas à disposição faz mais sentido do que desembolsar dinheiro para comprar um veículo.

“O modelo de assinatura basicamente faz o consumidor pagar pela depreciação do carro no período que utiliza o veículo, que pode variar entre 12 e 36 meses, no Brasil, a depender da empresa que oferta”, complementa a especialista.

Comprar ou contratar um carro: o que é mais barato?

Entretanto, a primeira coisa que o consumidor deve ter em mente para tomar a decisão de como fará a aquisição de um veículo – se por contrato ou financiamento – é o seu perfil.

“Se a pessoa não gosta de carro e entende que o veículo é um instrumento que ajuda no deslocamento e funciona como um serviço mesmo, o modelo de assinatura pode fazer sentido. Se não rodar muito com o carro, também funciona como alternativa”, explica.

Vale destacar que, geralmente, os contratos de assinatura têm cláusulas de limite de quilometragem. Ou seja, se ultrapassar mil quilômetros por mês, por exemplo, poderá um adicional na sua mensalidade, o que costuma não valer a pena.

Por outro lado, há quem coloque o fato de comprar um carro no lado emocional da balança, uma vez que muitos brasileiros o consideram um bem importante a ser conquistado. Dessa forma, para quem deseja ter a posse em definitivo ou percorrer grandes distâncias com o veículo, o financiamento pode fazer mais sentido.

De acordo com o diretor e coordenador acadêmico executivo da FGV, Antônio Jorge Martins, ao comprar o carro, o consumidor tem a vantagem de ter o ativo em mãos e poder vendê-lo quando quiser e receber um valor por isso.

“Ao assinar, o cliente utiliza o veículo e depois devolve. Não ganha nada em troca, literalmente só paga pelo carro, sem a chance de ter algum retorno, mesmo que baixo”, explica.

Mas é sempre importante comparar preços e buscar parcelas que cabem no bolso, considerando o patamar de preços atual. Vale lembrar que especialistas apontam que provavelmente os carros não deverão ter seus preços retornando aos patamares anteriores à pandemia devido aos investimentos das montadoras em automatização.

Portanto, Ana Renata Navas salienta que o modelo de carros por assinatura está ganhando tração no mercado, mas ainda terá um longo caminho a percorrer para cair de vez nas graças dos consumidores.

“É um processo. O modelo chegou ao Brasil em 2021. Vem crescendo, mas está longe de se equilibrar na balança com a proporção de financiamentos”. encerrou a especialista.

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