Onde investir em 2023? Especialistas mostram suas perspectivas

É provável que neste ano, o mercado de criptomoedas tenha passado pelo pior momento de sua história. De acordo com Paulo Boghosian, co-head de cripto do TC, 2022 foi um ano com uma série de “eventos de cauda”, também conhecidos como “cisne negros”, com a falência de grandes fundos de investimento, plataformas de empréstimo centralizadas e até a terceira maior corretora do mercado, a FTX, que deixou um rombo de mais de 8 bilhões de dólares no mercado. 

O Bitcoin e o mercado cripto como um todo chegaram a perder 2/3 do valor de mercado ao longo do ano. Tudo isso impulsionado por uma das viradas mais rápidas de política monetária do banco central americano (FED), que passou a subir taxas de juros em velocidade recorde, reduzindo a liquidez no mercado e expondo aqueles que estavam “nadando pelado”, parafraseando a expressão de Warren Buffet.

Há indícios, todavia, de que grande parte da pressão de vendas se exauriu. Muitos vendedores forçados, aqueles com posições que precisam ser liquidadas a qualquer custo, estão se dissipando. Além disso, o ciclo de alta de taxas de juros do FED parece estar em sua maior parte precificado pelo mercado e, com a inflação arrefecendo, dificilmente teremos surpresas negativas de curto prazo. 

Portanto, nossa visão é que estamos próximos de um fundo no mercado cripto. Mesmo assim, bear markets agressivos como esse deixam investidores com um alto volume de perdas acumuladas, e muitos nem voltam ao mercado. Por isso, as recuperações não são rápidas e fortes. Elas levam tempo e requerem a entrada de novos perfis de investidores.

Acreditamos que o primeiro semestre de 2023 será de recuperação gradual, possivelmente recuperando os patamares anteriores de preço, mas ainda longe de máximas históricas. A depender das condições macro, o segundo semestre pode, sim, ser início de um novo bull market, já com movimentos mais agressivos de alta.

Para 2023, segundo Arlindo Sousa, analista de ações da casa de análises do TC, o cenário para renda variável no Brasil está bastante ligado ao ambiente macro que vem se desenhando após os resultados das eleições. Até agora, as sinalizações do governo eleito quanto à responsabilidade fiscal e governança das estatais federais são bastante ruins. Tais sinalizações vêm elevando a percepção de risco do mercado, aumentando os prêmios exigidos nos juros futuros e deteriorando, assim, a cotação das ações.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.