HADDAD faz fala que faz BOLSA DE VALORES e TESOURO DIRETO sentirem IMPACTOS

Na última sexta, 25, o esperado discurso de Fernando Haddad não agradou ao mercado e fez com que a semana terminasse com o mesmo clima turbulento que pairou no ar nas últimas suas semanas. As negociações de títulos públicos do Tesouro Direto ficaram paralisadas por pelo menos uma hora em decorrência da grande volatilidade nos preços e taxas.

Foi dito por Haddad que a prioridade total do presidente Lula será a aprovacão da reforma tributária no Congresso. Fernando Haddad é um dos mais cotados para comandar o Ministério da Fazenda no próximo ano. No entanto, esta possível escolha não vem agradando o mercado, que enxerga a indicação como mais política e não técnica.

O ex-prefeito de São Paulo estava presente em um evento organizado pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em São Paulo. Ele fugiu de perguntas relacionadas sobre sua atuação no novo governo, assim como não quis falar sobre as articulações para a PEC de Transição.

Haddad afirmou no evento que estava somente representando o presidente eleito Lula, que se afastou devido uma cirurgia. Por fim, ele disse que o presidente ainda irá escolher seu ministério.

Diante da indefinição sobre a politica fiscal e também da pessoa que irá comandar a Fazenda no próximo governo, os juros oferecidos pelos títulos públicos estiveram novamente em alta durante a tarde de sexta, movimento observado  desde a abertura do dia.  Às 15H24, se destacava entre os prefixados o Tesouro 2025,  com  um retorno de 13,84%, representando uma alta diante do percentual registrado na véspera de 13,60%.

Entre os papéis atrelados à inflação, a remuneração mais alta era ofertada pelo Tesouro IPCA+ 2026, no valor de 6,35%, no mesmo horário citado acima. Este percentual é superior aos 6,23% detectado na quinta.

Os olhares dos agentes econômicos também estão voltados para a falta de articulação entre os membros da equipe de transição e de parlamentares em torno da PEC da Transição.

“O governo eleito tem mostrado a intenção de tentar tirar o Auxílio Brasil do teto de gastos, o que tem sido mal avaliado pelo mercado. A dívida pública brasileira hoje está a 80% do PIB e, caso esse cenário se concretize, ela poderia ir para 100% até 2026. Evidentemente que a intenção do governo eleito não é condição suficiente para que esse cenário venha a acontecer. Porém, isso gera dúvidas sobre a própria solvência do Estado brasileiro”, disse ao InfoMoney Vicente Guimarães, CEO da VG Research.

Ibovespa 

Ainda na sexta, o Ibovespa fechou o dia com queda de 2,55%, diante da fala de Haddad que não trouxe novidades para a área econômica.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.