SELIC pode SUBIR ainda mais no próximo ano. Quais os impactos para o seu bolso?

O cenário de incertezas que recai sobre o mercado ficou ainda mais nebuloso e a indefinição do que vem por aí na política fiscal impactou diretamente no movimento dos juros futuros, que se elevaram atingindo o patamar mais alto desde 2016. 

O clima ainda bastante inseguro a respeito dos detalhes sobre a PEC de Transição, como prazo para as despesas fora do teto e o valor total do “waiver” (licença), faz com que o mercado volte a colocar no preço a chance de que o Banco Central suba novamente a Taxa Selic, que alcançaria 15% no primeiro semestre do próximo ano.

“De todos, o mercado de juros é o que está sofrendo mais. O que pesa nos juros, de uma maneira até desproporcional em relação aos outros, é a incerteza com o pacote fiscal e, adicionalmente, as incertezas de política econômica de longo prazo. O peso é maior na renda fixa porque existe uma certa percepção de que, em um cenário em que ocorre um desarranjo fiscal, a única ferramenta disponível para se contrapor a uma turbulência maior seria a taxa de juros”, disse ao Valor Econômico o diretor de investimentos da Western Asset no Brasil, Paulo Clini.

A sensibilidade do mercado de juros em meio as discussões fiscais ficou mais clara ainda na última quarta, 23. Ao passo que aconteceram abalos na curva de juros, o dólar terminou o dia quase estável, com uma queda de 0,05%, a R$ 5,3734, enquanto o Ibovespa passou por leve baixa. A taxa do DI para janeiro de 2024, por sua vez, passou  de 14,355% para 14,57% na B3; e a do DI para janeiro de 2025 pulou de 13,665% para 13,945%.

“É compreensível parte do movimento. Primeiro o mercado retirou da curva de juros os cortes que se imaginava que ocorreriam no início do ano que vem. Isso parece fazer sentido. A questão é que, nos últimos dias, o mercado não parou por aí e está indo um pouco além”, disse Paulo ao Valor, ao perceber que a curva de juros começa a precificar alguma possibilidade de a Selic crescer em 2023. “Não nos parece ser o plano de voo do Banco Central neste momento.”

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.