No último domingo, 20, o economista Ilan Goldfajn se tornou o primeiro brasileiro a presidir o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), uma instituição multilateral de fomento criada no ano de 1959. Goldfajn recebeu 80% dos votos para ocupar a função.
O apoio dos Estados Unidos, do Canadá e de todo o Mercosul foi considerando decisivo para a vitória do brasileiro, que irá assumir sua posição no próximo dia 19.
A escolha de Ilan foi vista como “esmagadora” pelo governo do Brasil, que festejou a decisão. É considerado pelo sistema de eleição do BID os votos de países de acordo com sua participação no capital do banco. O novo presidente conquistou o apoio de 17 países, que respondem por mais de 80% do poder de voto.
“Assumir a presidência do BID é uma honra e uma grande oportunidade para mim, como brasileiro, após 63 anos que o JK teve este sonho”, afirmou Goldfajn ao Valor Econômico.
Ele, em sua primeira fala após ser escolhido presidente do BID, assegurou que irá presidir a instituição “em toda a sua diversidade”.
“Serei o presidente dos países de alta renda, média e baixa. Serei o presidente dos membros regionais e também dos não regionais. Serei o presidente dos países da América do Sul, Central, do Norte e dos países do Caribe”, afirmou ele através de vídeo publicado no Twitter pela diretora-executiva do BID para Brasil e Suriname, Martha Seillier.
A escolha do economista brasileiro mostra que os ruídos provocados pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que remeteu cartas a um grupo de países solicitando o adiamento da eleição, foram controlados. Esta ação provou dúvidas em alguns países sobre a candidatura do brasileiro.
“Trata-se de uma candidatura do Estado brasileiro, que governará em nome e para o benefício de toda a região”, afirmou ao Valor o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, que coordenou a campanha de Ilan Goldfajn e que ficou encarregado das negociações com os países sócios do banco.
Os Estados Unidos já tinham demostrado apoiar Ilan, ainda que não de maneira formal. Após sua indicação, Maurício Claver-Carone, ter sido demitido da presidência do BID por conduta incompatível com normas da instituição, os americanos optaram por não tentar outro candidato.