COPA DO MUNDO: Como o Catar se tornou um dos países mais ricos do mundo em tempo recorde?

O cenário futurista da cidade de Doha, capital do Catar, encanta a todos que estão acompanhando a cobertura do país-sede da Copa do Mundo de 2022. Fica difícil acreditar que, há menos de cem anos, esse território de menos de 12 mil quilômetros quadrados era praticamente desabitado e enfrentava duras dificuldades econômicas.

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COPA DO MUNDO: Como o Catar se tornou um dos países mais ricos do mundo em tempo recorde?. (Imagem: Montagem/FDR)

Situado na península arábica e com vasta área de deserto, o Catar só começou a explorar a riqueza natural da sua região no século XX. Foi em meados dos anos 1950 o ponto de virada da economia do pequeno país: a descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Os poucos moradores do país, que não chegavam a 24 mil na época, de acordo com dados da ONU, enriqueceram em velocidade impressionante por causa do achado. Uma riqueza que não permitia apenas a mudança das suas vidas, mas projetava o Catar como uma das grandes potências globais em um futuro próximo.

Na época em que o petróleo foi achado, o Catar ainda não tinha a sua independência, era controlado pela Inglaterra desde 1916. Mas isso iria mudar em breve. A notícia da fartura da riqueza natural atraiu migrantes, investidores e, consequentemente, o território se modernizou em pouco tempo.

Em 1970, apenas 20 anos após o início da capitalização do petróleo, o país contava com mais de 100 mil habitantes, número quatro vezes maior que o registrado em 1950. Nesse mesmo ano, o PIB do país enriquecido passou dos 300 milhões de dólares. Todo esse crescimento levou o Catar a se tornar independente dos britânicos, em 1971.

Se os olhares de todo o mundo já estavam atentos ao que acontecia no Catar, no mesmo ano da sua independência, uma segunda descoberta provou que o país seria mesmo promissor. Foi encontrada na sua costa a maior reserva de gás natural do planeta.

Sozinho, o campo recém-encontrado, que fica em North Field, representa 10% das reservas de gás natural conhecidas no mundo. Sua extensão é equivalente à metade de todo o país do Catar.

Todos os estudos das demandas e da infraestrutura necessárias para ao desenvolvimento e a exportação foram discutidas e trabalhadas ao longo dos anos seguintes. A fase de lucro com a descoberta do gás natural só começou mesmo na década de 1990.

O Catar e as mudanças do século XXI

O país em ascensão entrou no século XXI com mais números de crescimento espantosos, e além das riquezas naturais, o fato também tem explicação política. O chefe de Estado do país teve seu poder tomado em 1995 pelo próprio filho. Apesar da forma pouco comum de troca de governante, Tamim bin Hamad Al Thani já seria o natural sucessor na dinastia que governa o Catar.

Com o novo emir, os investimentos em infraestrutura de extração do gás natural e do petróleo aumentaram significativamente. O rendimento das reservas foi otimizado e o lucro do país, que já era altíssimo, quebrou seus próprios recordes.

Em 2004, o PIB do Catar atingiu um crescimento de 19,2%. Em 2006, o número chegou a 26,2%. Mesmo nos países mais desenvolvidos, é muito raro que uma taxa do PIB marque dois dígitos.

A atual população do Catar é de cerca de 3 milhões de habitantes, sendo apenas 10% dela catariana de fato. Isso quer dizer que os grandes lucros vão para uma parcela muito pequena, para aquela população que estava no território nas primeiras descobertas de petróleo e gás natural. Em 2021, o PIB per capita (por pessoa) do país foi de 61.276 dólares.

Investimentos na Copa do Mundo do Catar

Como primeiro país do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo, o Catar fez um alto investimento para receber o evento. O gasto total do país está estimado em 220 bilhões de dólares, a edição mais cara do Mundial até agora.

Dos oito estádios que receberão os jogos, sete foram construídos do zero. Além das estruturas para os atletas e equipes das seleções, o governo investiu em hotéis, um novo aeroporto e até na construção uma malha ferroviária para otimizar o transporte na capital.

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Emília Prado
Jornalista graduada pela Universidade Católica de Pernambuco. Tem experiência com redação publicitária e jornalística, com passagem pelo Diario de Pernambuco e Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. No portal FDR, é redatora na editoria de renda e direitos sociais.