Marina Silva, deputada federal eleita por São Paulo, disse na COP27 que indígenas e quilombolas precisam ser compensados financeiramente pela preservação das florestas no país.
“Na COP, há a questão do financiamento. As áreas protegidas do mundo em que há floresta estão sobre o domínio de indígenas, povos tradicionais e quilombolas. São as pessoas que têm menos dinheiro. Vamos compensar quem protegeu para continuar protegendo, porque também tem custo, e preservar esse modo de vida que protege dando dignidade. Os territórios quilombolas e indígenas são responsáveis pelas áreas de proteção das florestas, da biodiversidade e dos nossos mananciais, de uma forma altamente impactante, não só no Brasil, mas no mundo”, disse Marina.
Marina deu esta declaração na última sexta, 11, em uma reunião com organizações do movimento negro que integram a Coalizão Negra por Direitos em um encontro no estande da sociedade civil na COP27, conferência do clima da ONU, no Egito.
Entre os debates principais estavam o dos quilombolas, que reivindicam a titulação de territórios e são favoráveis a uma maior participação na gestão que assumirá em janeiro para aprimorar as políticas de preservação do meio ambiente.
A deputada ressaltou a necessidade do país se reconciliar, uma fala que vem sendo acatada por Lula. Marina também destacou que a luta pela preservação do meio ambiente e contra o racismo são questões principais na elaboração de um país e não aspectos complementares a outras pautas.
Ela tem a intenção de prosseguir com as agendas que foram construídas em sua atuação como ministra do Meio Ambiente, entre os anos de 2003 e 2008, priorizando a demarcação de terras indígenas dos quilombolas e dos povos tradicionais “Nos governos do presidente Lula, tivemos um avanço muito grande dessas demarcações, depois elas foram arrefecendo e no governo do Bolsonaro foi zero demarcação”, disse ela.
“A retomada desse processo é fundamental, como o suporte a essas comunidades, na área da saúde, da educação, de assistência, inclusive, aos seus processos produtivos para ajudar a criar novas cadeias de valor. É fundamental trabalhar a ideia de bioeconomia com todos os povos tradicionais, abrir mercados para seus produtos, para seu artesanato, para suas formas de produzir e melhorar a sua qualidade de vida”, finalizou Marina.