O início da vida adulta é marcado pela empolgação de viver novas experiências, construir uma carreira e conquistar o próprio espaço. É também uma fase em que se costuma fazer planejamentos a curto prazo, a mente está quase sempre no presente. Já percebeu como é difícil encontrar um jovem que investe na sua aposentadoria? Entenda por que essa deveria ser uma prioridade.
Ao pensar em aposentadoria, a maioria das pessoas mais jovens enxerga uma longa distância do momento onde estão até a hora em que precisarão de uma previdência para manter a sua qualidade de vida. Quando passam a receber mais dinheiro, por exemplo, logo adequam o padrão de vida à nova renda fixa.
Mesmo que o momento de parar de trabalhar pareça distante, quanto antes o investimento na aposentadoria começar, mais leve será o esforço para juntar um bom dinheiro para o futuro. Criar o hábito de separar uma quantia fixa mensal, mesmo que de R$ 100, R$ 50 ou R$ 30 reais, já é um primeiro passo importante.
Na ponta do lápis
Antes de estabelecer o valor que vai separar da sua renda fixa todo mês, faça uma revisão geral dos seus gastos atuais. Em um caderno ou planilha, anote quanto entra e quanto você costuma gastar mensalmente. Separe os gastos entre os fixos, os variáveis e os eventuais. Dessa forma, você terá uma melhor visualização dos seus hábitos financeiros. Eles estão de acordo com o que você pensa sobre consumo?
Em seguida, reflita se deseja mudar algo na distribuição desses gastos. Cortar alguns fixos, adicionar um gasto variável… Vai depender das suas prioridades, mas o importante é ter ciência da forma que o dinheiro está sendo gasto. Assim, quando vier um aumento, você saberá com mais clareza para onde deve direcionar a nova renda.
Uma conta para cada projeto
Se o plano é investir em uma aposentadoria, juntar dinheiro para comprar um carro em dois anos e ainda economizar para viajar em seis meses, a recomendação é separar bem cada projeto. Todos eles envolvem guardar algum dinheiro, por isso muitas pessoas usam uma única poupança para todos os planos de médio ou longo prazo, mas essa lógica pode gerar confusão.
Ao criar uma conta para cada projeto relacionado ao futuro, seja para daqui a dois anos ou 20 anos, você aumenta as chances de ter êxito em cada um deles. Uma opção de divisão de contas para começar é a seguinte: separar o chamado “dinheiro de acúmulo” do “dinheiro dos projetos de vida”.
Junta-se o dinheiro de acúmulo pensando nas emergências, em um dinheiro que sempre estará ali. Mas também está relacionado à aposentadoria, um montante que permanecerá disponível por muito tempo. O dinheiro dos projetos de vida é aquele que já é acumulado com a intenção de ser gasto, porque já tem destino certo.
Investimento na aposentadoria
Já que é um investimento de longo prazo, além de considerar quanto se deseja receber de aposentadoria no futuro, o fator da inflação também deve entrar no cálculo. Segundo a planejadora financeira Vivian Rodrigues, a cada 10 anos, o nosso dinheiro perde metade do valor.
A dica é começar a investir em títulos que são atrelados à inflação. As Letras de Crédito Imobiliário (LCI), por exemplo, tem o objetivo de financiar empreendimentos no setor imobiliário e são títulos de renda fixa. Outro diferencial é que as LCIs são isentas de Imposto de Renda.
Uma segunda opção de investimento atrelado à inflação é no Tesouro que segue a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse título vai gerar uma rentabilidade real positiva por estar sempre superior ao IPCA. É um ativo indicado para investimentos de médio e longo prazo.