Na China, o Dia dos Solteiros (11/11) gera mais vendas que a Black Friday. Entenda

Na última sexta-feira os chineses comemoraram o Dia dos Solteiros. O que surgiu como uma brincadeira se tornou uma das datas mais lucrativas para o comércio do país. O dia 11 de novembro já chegou a bater recordes mundiais de vendas, superando outras datas fortes para o varejo, como o Natal e a Black Friday.

A história da origem do Dia dos Solteiros não tem uma versão oficial, mas a mais aceita é a de que quatro jovens universitários chineses escolheram a data para criar um evento avesso ao Dia dos Namorados, em 1993. O 11/11 foi escolhido por causa dos quatro numerais 1 solitários na data.

Os chineses — e principalmente os comerciantes — gostaram da ideia e a data comemorativa foi abraçada pelo comércio em 2009, quando um grande grupo de varejo aproveitou o Dia dos Solteiros para anunciar descontos. A estratégia usada pela publicidade é incentivar as pessoas a comprarem presentes para si mesmas.

Recorde nas vendas X Mudanças no mercado

Analistas financeiros apontam para mais um recorde quebrado em 2022. Espera-se que o Dia dos Solteiros neste ano movimente 1 trilhão de yuans com as vendas na China. O valor é equivalente a 140,8 bilhões de dólares.

Apesar do número impressionante, a projeção não é a mais positiva para os negócios do país asiático. Em 2021, o Dia dos Solteiros proporcionou um giro de 952,3 bilhões de yuans, ou seja, o número deste ano representaria um crescimento de apenas 5% em relação ao ano anterior.

Os dados de 2022 não animam o mercado porque este seria o menor crescimento de vendas dos últimos anos. Acredita-se que os principais fatores para essa desaceleração histórica tenham vindo da pandemia de Covid-19.

Com a crise global que se iniciou em 2020, os consumidores passaram a gastar menos. As empresas, consequentemente, deixaram de focar nas vendas massivas e se concentraram em não perder os clientes por insatisfação.

Essa nova visão, entretanto, parece ter vindo para ficar. Mesmo com regularização das atividades após a chegada das vacinas, os consumidores não têm demonstrado que irão voltar a gastar como antes. As empresas, seguindo a mesma lógica, continuam concentrando esforços em melhorar a experiência do cliente e manter a sua fidelidade.

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Emília PradoEmília Prado
Jornalista graduada pela Universidade Católica de Pernambuco. Tem experiência com redação publicitária e jornalística, com passagem pelo Diario de Pernambuco e Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. No portal FDR, é redatora na editoria de renda e direitos sociais.