Paralisação bolsonarista continua. Veja os impactos na distribuição de gasolina, alimentos e remédios

Desde o dia 30 de outubro quando Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito o próximo presidente do país, os apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstraram revolta. Inicialmente como uma greve dos caminhoneiros, a paralisação bolsonarista reúne grupos de extrema direta que estão fechando as estradas e rodovias brasileiras. Diante disso, todo o país tem sido afetado com a falta de abastecimento e atraso na entrega de mercadorias.

Paralisação bolsonarista continua. Veja os impactos na distribuição de gasolina, alimentos e remédios
Paralisação bolsonarista continua. Veja os impactos na distribuição de gasolina, alimentos e remédios (Imagem: FDR)

O Brasil tem uma dependência muito grande do transporte terrestre para abastecimento de postos de combustíveis, supermercados, hospitais, farmácias e outros. Por isso, quando a paralisação bolsonarista interrompeu o tráfego de caminhoneiros diversos setores foram afetados. Durante a última semana foi possível se deparar com falta de combustíveis e alimentos.

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) 70% das redes de supermercados da região Centro-Sul do país sofreram desabastecimento. O problema maior foi com a distribuição de frutas e verduras, logo produtos começaram a estragar e a solução foi descartar toneladas de alimentos.

Em relação aos combustíveis, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu um comunicado apontando os riscos da falta de combustíveis. A instituição mostrava a possibilidade de atraso em entregas de produtos e abastecimentos de indústrias, além de afetar o mercado hospitalar. No terceiro dia de paralisação bolsonarista o etanol em São Paulo já havia subido de R$ 3,50 para R$ 4,09 o litro.

Paralisação bolsonarista afeta saúde pública

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), devido a paralisação bolsonarista que bloqueou as estradas com os caminhões, queima de pneus e passeatas, foi possível registrar atraso na entrega de amostras dos pacientes aos laboratórios.

Nas redes sociais foi possível se deparar com casos de pessoas que perderam importantes tratamentos médicos devido a possibilidade de transitar nas rodovias. Casos graves de brasileiros que realizam tratamentos contra o câncer, por exemplo, foram destacados pela mídia.

Inclusive o caso de um transplante de coração que aconteceria de um doador de Goiânia (GO) para São Paulo, ganhou notoriedade. Isso, depois do governo de São Paulo alegar impossibilidade de que o órgão chegasse a tempo devido as manifestações.

Atualizações sobre as greves

Depois do STF (Supremo Tribunal Federal) emitir uma ordem para que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) agisse para acabar os bloqueios, os pontos de protestos e paralisação bolsonarista foram diminuindo gradativamente. O pedido da Justiça aconteceu na noite de 31 de outubro.

Segundo informações da corporação da PRF, por volta das 18h20, de sábado (5), ainda havia 04 pontos de interdição em rodovias federais de três estados do país. O órgão também informou que foram desfeitas 999 manifestações em todo o país.

Bolsonaristas protestam contra o resultado das urnas que indicou o vencedor em segundo turno das eleições 2022. As ações têm sido chamadas de antidemocráticas e ilegais, e o STF autorizou a aplicação de multa para todos que continuarem bloqueando as vias públicas.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com