- Lula promete retorno do Bolsa Família em 2023 no valor de R$ 600;
- Crianças integrantes de famílias beneficiárias do Bolsa Família poderão receber auxílio extra de R$ 150;
- Lula estima investimento de R$ 18 bilhões para o Bolsa Família em 2023.
A probabilidade de o Bolsa Família 2023 se tornar uma realidade é grande, haja visto a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições 2022. O petista foi o criador do programa que, após 18 anos em vigor, foi extinto em outubro de 2021 pelo governo do atual presidente da República, Jair Bolsonaro.
O Bolsa Família deu lugar ao atual Auxílio Brasil, o que não deixou o presidente eleito nada satisfeito. Por isso, ele não só promete retomar a antiga transferência de renda em 2023, como também continuar pagando o atual valor de R$ 600. Também foi citado um benefício extra no valor de R$ 150 para crianças de até seis anos de idade.
Consolidado em 2004, o antigo programa social pagava o valor médio de R$ 178. O grande impasse é que não fazia reajustes anuais. Um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) com base no preço médio da cesta básica, apurou o poder de compra do Bolsa Família na época de vigência.
Em dezembro de 2010, o preço da cesta básica na cidade de São Paulo era de R$ 275,15. O benefício médio de R$ 88,80 equivalia a 32,2% à cesta. Em Fortaleza, a cesta básica custava R$ 205,65, ou seja, o Bolsa Familia correspondia a 43,18% do preço da cesta naquela cidade.
Já em Belo Horizonte, o preço da cesta básica calculado pelo Dieese no final de 2010 era de R$ 236,24, o que significava 37,58% do benefício médio pago aos cidadãos.
Comparação entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família
Auxílio Brasil | Bolsa Família | |
Renda per capita para linha de extrema pobreza | R$ 105 | De R$ 89 |
Renda per capita para linha de pobreza | R$ 210 | De R$ 178 |
Benefício básico | Fixo de R$ 100 | De R$ 89 |
Parcelas variáveis | Fixo de R$ 400 e Temporário de R$ 600 (5 meses) | De R$ 178 |
Forma de cadastro | CadÚnico | CadÚnico |
Ao observar as características de ambos os programas, o Auxílio Brasil aparenta ter mais vantagens em relação ao Bolsa Família. O valor concedido atualmente, sem dúvidas é uma das principais diferenças e destaque.
Regras do antigo Bolsa Família
O tradicional Bolsa Família foi extinto após 18 anos em vigor, amparando milhares de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Embora a oferta fosse mínima e não passasse pelo reajuste inflacionário há anos, ainda assim foi uma forma de assegurar alguma comida na mesa dessas pessoas.
O programa destinava um recurso mensal no valor médio de R$ 189 para famílias caracterizadas nas linhas de pobreza e extrema pobreza, com uma renda mensal per capita entre R$ 89 e R$ 178, respectivamente.
Mas para receber a cota máxima do programa, o grupo familiar deveria ser composto por gestantes, crianças ou adolescentes de até 17 anos de idade.
Enquanto isso, também existiam alguns outros benefícios complementares que aumentavam o valor mensal do Bolsa Família a depender da composição familiar, se limitando a cinco pessoas por família. Eram eles:
- R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças ou adolescentes de até 15 anos;
- R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição gestantes, se limitando a nove parcelas mensais;
- R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças de até seis meses, se limitando a seis parcelas mensais;
- R$ 48: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição adolescentes entre 16 e 17 anos de idade;
Além disso, o Bolsa Família pagava um benefício complementar para auxiliar as famílias a superarem a condição de extrema pobreza. Este amparo era direcionado a grupos familiares com renda mensal per capita inferior a R$ 89, mesmo após receberem os benefícios complementares mencionados.