Nesta semana, o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem a intenção de realizar uma reforma tributária no Brasil, deixando o sistema mais progressivo. Na visão do petista, é necessário convencer as pessoas da necessidade de uma politica tributária progressiva.
“Ou seja, uma política tributária que cobre mais de quem ganha mais e cobre menos de quem ganha menos. É por isso que nós estamos isentando [do IR] quem recebe até R$ 5 mil (ao mês)”, afirmou Lula, em uma entrevista à Rádio Mix de Manaus.
Na visão do candidato, a taxação mais alta para aqueles que possuem maior renda é uma questão de justiça social. “Precisamos fazer as pessoas compreenderem que pagar Imposto de Renda corretamente é fazer justiça neste país. Quem ganha mais tem que ter a responsabilidade de pagar mais, e quem ganha menos tem o direito de pagar menos.”
Na visão de Lula, este tema está incluso na proposta que pretende remeter para o Congresso, se for eleito no próximo domingo, 30. Nós vamos fazer uma proposta que as pessoas que ganham lucros e dividendos paguem um pouco mais, para que se possa fazer a distribuição correta neste país”, afirmou.
Porém, com base em seus governos anteriores, Lula ponderou que a formação da Câmara dos Deputados e do Senado pode ser um obstáculo para as mudanças no sistema de cobrança de impostos e tributos. “A maioria que está no Congresso Nacional é de pessoas que têm, de certa forma, posses. Não são os pobres que estão no Congresso Nacional”, afirmou o petista fazendo que grande parte dos parlamentares é de classe média ou é rica. “Essa gente não quer taxar os seus próprios recursos”, afirmou.
No entanto, ele disse que esta dificuldade pode ser superada caso a sociedade tenha noção da importância da reforma tributária. “Se a sociedade estiver convencida, fica fácil convencer o Congresso Nacional. Se a sociedade não estiver convencida, é mais difícil convencer o Congresso Nacional.”
Por fim, o candidato disse ainda que mudanças no formato de arrecadação são necessárias até mesmo para manter os benefícios que asseguram a renda mínima para a população mais carente. “O mundo inteiro está discutindo como o Estado (pode) funcionar para sustentar as pessoas pobres que não conseguem mais emprego. Vamos cuidar disso com muito carinho também logo no começo do nosso mandato”, disse.