No começo desta semana, as ações do grupo ressegurador IRB Brasil chegaram a ser cotadas abaixo de R$ 1. No encerramento desta segunda-feira (24), os ativos registraram queda de 8,49%, a R$ 0,97. O desempenho negativo acontece após a divulgação dos resultados preliminares relativos a agosto.
Na última sexta-feira (21), o IRB Brasil comunicou que apresentou, em agosto, um prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões. Um ano atrás, a empresa tinha registrado um lucro de R$ 84,8 milhões, em meio a uma ação judicial ganha relativa ao PIS/Pasep.
No acumulado deste ano até agosto, o IRB Brasil apresenta um prejuízo líquido de R$ 516,4 milhões. No mesmo período do ano passado, o grupo ressegurador tinha registrado perda de R$ 168,9 milhões.
No mês de agosto, os prêmios de resseguros emitidos pela empresa somaram R$ 525,9 milhões. Isso representa uma perda de 30,1% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil, a queda foi de 16,2%. Já no exterior, a queda chegou a 51,3%.
Mercado demonstra preocupação com situação do IRB
No entendimento de analistas do BTG Pactual, mesmo que fosse esperada uma perda líquida, o patamar foi diferente. A interpretação é que a elevação de capital mais recente pode não ser suficiente caso a empresa não voltar “à ativa” em breve.
Conforme os analistas, “se o sangramento não parar [antes que as ações sejam pressionadas novamente], o IRB pode precisar levantar mais capital”. No começo de setembro, a companhia levantou, por meio de um follow-on primário, R$ 1,2 bilhão.
Na ocasião, foram emitidas 596 milhões de novas ações. O ativo foi definido em R$ 1 na operação. O preço foi quase 60% menor em relação ao de fechamento na sessão anterior à oferta.
Em meio a isso, as ações do IRB passam a cair no mercado secundário — de modo a convergir ao valor definido na capitalização. Até a sessão de 24 de outubro, os ativos acumulam perda anual de 75% na bolsa de valores brasileira.
Os analistas ainda declaram que, caso exista, no terceiro trimestre, outra grande perda líquida, “é difícil imaginar que sobrará muito colchão de capital, mesmo após o recente aumento de capital”.
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