João Inocentini, presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) criticou duramente o plano do ministro da Economia Paulo Guedes, de desassociar o salário mínimo e a aposentadoria da inflação no ano anterior.
Este plano de Guedes foi revelado na semana passada pelas jornalistas da Folha de São Paulo Idiana Tomazzelli e Julianna Sofia. A intenção do ministro é o de fazer indexação pela previsão de inflação futura.
“Se isso acontecer vai ser o fim da aposentadoria, vai chegar o tempo de não podermos comprar nem metade da cesta básica. Eles estão tentando fazer isso há tempos e nós estamos conseguindo segurar. Mas em um novo governo certamente vão querer botar em prática”, disse João ao UOL.
Ao ser perguntado sobre esta questão, o ministro da Economia disse que a desindexação está em pauta , porém afirmou que “não vai no meio do jogo mudar a regra” e completou dizendo que está “garantido que vai ser pelo menos a inflação passada”. No entanto, ele não explicou ao UOL até quando será mantido o parâmetro atual.
Inocentini lamentou dizendo ao UOL que “Isso vai levar todas as aposentadorias para um achatamento enorme”. “Seriam mais de 40 milhões de aposentados caindo na zona de miséria, de pobreza total”. João disse ainda que o governo comandado por Jair Bolsonaro sempre desejou fazer essa alteração, assim como aconteceu na gestão de Michel Temer e até mesmo no governo Dilma Rousseff, quando alguns integrantes eram defensores da idéia.
“Antes de indexar à inflação, o salário mínimo era uma miséria. A gente já viveu essa história e não deu certo. Depois da vinculação, as pessoas passaram a ter um ganho melhor, a consumir mais e o país não quebrou, como disseram que iria quebrar”, disse ao UOL o presidente do Sindnapi. O sindicato possui 400 mil filiados e tem representação em 24 estados.
“Se eles vencerem a eleição, vão implantar isso aí. Assim como não vão segurar o preço da gasolina. O eleitor tem que pensar bem e decidir o que quer”, finalizou João ao UOL.
