Tem pouco mais de uma semana que o consignado do Auxílio Brasil foi finalmente liberado pelo Ministério da Cidadania. A princípio, doze bancos estão autorizados a oferecer o produto em seus sistemas. No entanto, já somam duas mil queixas e reclamações a respeito do assédio dos bancos e venda cassada, registradas pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
O empréstimo consignado pelo Auxílio Brasil é uma novidade recém lançada. No dia 10 de outubro o Ministério da Cidadania habilitou a liberação do produto em doze bancos, mas havia pelo menos seis meses desde que o crédito foi anunciado. Agora, embora o empréstimo já possa ser contratado, muitos relatos de reclamações estão sendo constatados.
De acordo com o Idec, os relatos foram transmitidos por meio das suas redes sociais, no YouTube e em canais oficiais. Em uma triagem do Instituto por mais de 9 mil comentários nas redes sociais entre os dias 11 e 17 de outubro, foram contabilizadas pelo menos 2 mil reclamações envolvendo o empréstimo consignado.
As queixas relatadas envolvem, principalmente: dificuldade de contato, à divergências nas respostas sobre aprovação do contrato, à falta de transparência e ao descumprimento no prazo para liberação do empréstimo. Isso porque, as regras indicam que ao ser aprovado o crédito deve cair em até 48 horas na conta do Auxílio Brasil.
Também foram identificados casos de assédio dos bancos, o que desrespeita normativa do governo, e prática de venda casada, vedada pelo Código de Defesa do Consumidor. “Entendemos que os bancos deveriam ter se preparado melhor para oferecer uma informação mais objetiva e mais clara, sem causar esse tumulto que a gente está observando.“, disse Ione Amorim coordenadora do Idec.
Como o consignado do Auxílio Brasil será pago
De acordo com as regras trazidas pelo Ministério da Cidadania, ao contratar o empréstimo consignado do Auxílio Brasil o cliente vai ter que arcar com as seguintes condições:
- Número de parcelas: até 24 meses;
- Taxa de juros: até 3,5% ao mês;
- Margem consignável: 40% sobre o salário de R$ 400.
Antes de assinar o contrato de empréstimo consignado, o cidadão vai responder a um questionário demonstrando que entendeu sobre o funcionamento da operação. O Idec sempre foi contra este produto para o público do Auxílio Brasil, porque acredita que tira a real intenção do programa que é ajudar no sustento das famílias de baixa renda.