PLANOS DE SAÚDE: Esquema ILEGAL de reembolsos movimentou R$ 40 milhões

Na última quinta, 13, a federação que representa 14 grupos de planos de saúde no Brasil, a Fenasaúde, apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo a respeito de uma rede de empresas de fachada criada com o objetivo de fazer pedidos de reembolso fraudulentos em grande escala contra operadoras, que juntas totalizaram por volta de R$40 milhões.

Este relatório remetido aos procuradores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) inclui documentos, notas e demais informações que dão peso a denúncia. Foram identificadas 179 empresas de fachada e 579 beneficiários “laranjas”.

Foram 34.973 pedidos de reembolso fraudulento no total. Pelo menos R$17,7 milhões deste total, foram pagos por quatro operadoras de saúde. O resto foi negado por conta da comprovação da fraude.

Existem diversos processos individuais que já tramitam na Justiça, no entanto, com os indícios de que existe uma organização criminosamente não bastidores, foi pedida a atuação do grupo especializado.

A apuração foi realizada por quatro operadoras ligadas à Fenasaúde, Amil, Bradesco Saúde, Porto Saúde e SulAmérica e  teve ajuda de ferramentas de inteligência artificial para o cruzamento de dados e de profissionais que foram a campo para investigá-las no decorrer de quatro meses.

De acordo com a diretora-executiva da Fenasaúde, Vera Valente, esta suspeita da existência de um grupo criminoso agindo no setor apareceu a partir de um crescimento de até 30% nas solicitações de reembolso de despesas médicas observado pelos planos no período pós-pandêmico.

“Mapeamos os casos e aí começamos a ver coincidências de empresas, de beneficiários, de prestadores. Ao puxar esse fio e cruzar os dados, chegamos a esse cenário que envolve valores expressivos e que impactam a todos os beneficiários”, disse ela à Folha.

Os criminosos, no esquema, criavam criavam empresas jurídicas de fachada, com sócios “laranjas”, pessoas que emprestavam seus dados para aparecer no contrato social, mas que jamais utilizaram um plano de saúde.

Essas empresas não existem de forma física, muitas delas possuem a mesma razão social, com o mesmo endereço falso e a mesma atividade econômica. Em certos casos, até os emails que se repetiam.

Quando as empresas eram criadas, corretores de seguros (ainda não se sabe se eram verdadeiros ou não) faziam a intermediação com as operadoras de saúde. 

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.