O candidato Lula irá disputar o segundo turno das eleições 2022 com Jair Bolsonaro. Em meio a isso, a campanha do petista pode anunciar o reajuste da tabela do imposto de renda, mirando no eleitorado pertencente à classe média. Lula vem resistindo a pressão vinda de aliados para que ele traga novas propostas neste segundo turno.
A revisão da tabela do IR foi uma promessa de campanha não cumprida por Jair Bolsonaro em sua campanha eleitoral de 2018. Já Lula, prometeu logo de início que uma de suas prioridades caso vença as eleições será fazer o reajuste da tabela do Imposto de Renda.
Lula se comprometeu com esta questão em um discurso feito para os empregados da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, São Paulo. Ele fez este aceno dentro do contexto de críticas que a política econômica adotada por Bolsonaro teria causado o crescimento da inflação, da pobreza e da queda na renda dos trabalhadores.
O economista Guilherme Mello, assessor econômico do PT, afirmou em uma sabatina com economistas feita pelo portal Valor juntamente com o jornal O Globo, a vontade de rever a tabela do IRPF. Segundo ele, também seriam criadas novas alíquotas, como forma de taxar de forma mais forte os mais ricos.
Os trabalhadores que recebem a partir de dois salários mínimos atualmente já são contribuintes. O candidato Lula tem uma grande vantagem sobre Bolsonaro entre os eleitores que estão nesta faixa de renda, mas fica atrás de seu oponente nas outras faixas de renda.
De acordo com cálculos realizados à pedido do portal g1 pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Diante da alta da inflação, a defasagem da tabela do IR atingiu os 31,3% apenas no governo comandado por Bolsonaro.
Divulgado no mês de agosto, este levantamento considerou a inflação medida pelo IPCA no acumulado entre janeiro de 2019 até junho de 2022. A última correção da tabela do IR foi feita em 2015.
De acordo com Mello, a tributação dos mais ricos não aconteceria somente no Imposto de Renda, mas também com a revisão de outros impostos, como o de heranças. Este segundo imposto é estadual e poderia auxiliar na reposição de, pelo menos uma parcela, das receitas perdidas com o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).