Juros do CARTÃO DE CRÉDITO tem maior valor dos últimos 5 anos. Confira dicas para não ter que pagá-lo

Pontos-chave
  • Juros do cartão de crédito são os mais altos desde 2017
  • Cheque especial também está mais caro
  • Dicas para não se enrolar com o cartão

Os juros cobrados pelos cartões de crédito sempre foram muito elevados mas parece que sempre existe espaço pra subir ainda mais. Em agosto, a taxa de juros atingiu os 398,4% em média, o maior patamar desde agosto de 2017. O  custo subiu 3,5 pontos percentuais no mês passado e encareceu 62,9 pontos percentuais nos últimos doze meses, de acordo com dados do Banco Central.

O aumento também atingiu o cheque especial, que subiu de 127,4% para 128,6% ao ano, em média.

As duas linhas de crédito mais usadas pelos brasileiros, o cartão de crédito e o cheque especial, estão ligadas diretamente com os altos índices de inadimplência no país. O crescimento nos juros estimulou a elevação das taxas médias do crédito para as pessoas físicas no geral, que foram de 53,4% para 54,9% ao ano em média.

A partir disso tudo, a taxa média do sistema financeiro como um todo cresceu 40,4% ao ano, em julho, para 40,6% no último mês. Estás informações são do chamado segmento livre, isto é, recursos que os bancos podem aplicar como quiserem, sem computar as taxas do sistema habitacional, crédito rural e BNDES, que são reguladas.

De acordo com o economista e professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas, Robson Gonçalves, este crescimento na taxa de juros é decorrente diretamente da alta da taxa de juros Selic ao longo dos últimos meses. O BC decidiu elevar a Selic para conter a inflação.

“A taxa básica de juros concorre com a linha de crédito dos bancos privados e estipula o patamar dos investimentos no Brasil. Com menos capital de crédito em circulação, os bancos aumentam os juros como estratégia para mitigar riscos. Assim, o aumento generalizado diminui o apetite do setor privado em ofertar linhas de crédito”, disse ele ao Correio Brasiliense.

Ele afirmou ainda que a falta de créditos a juros mais amenos faz com que as pessoas, especialmente aqueles que estão com dívidas, a ter que optar por linhas de crédito com acesso simplificado, como o cheque especial do cartão.

Neste sentido, Robson orienta que o consumidor precisa ter cuidado ao escolher estas modalidades, pois fatores como custo alto e imprevisibilidade podem originar dívidas em série.

“Quando você faz um financiamento de imóvel, por exemplo, você simula o valor das parcelas e tem a clareza de quanto comprometerá da sua renda para pagar. Em uma modalidade como o cheque especial, que não tem isso explícito, o consumidor está muito mais sujeito a um alto custo. Muitas pessoas em situação complicada usam como último recurso, mas estão comprometendo a renda de forma destrambelhada. Isso acaba sendo uma válvula de escape num gatilho de compra. No entanto, pode causar muito prejuízo no futuro se não for bem planejado”, disse o especialista.

Endividamento dos brasileiros 

Os dados do Banco Central revelaram que o endividamento das famílias com o sistema financeiro ficou em 53,1% em julho, batendo o novo recorde da série histórica.

Já patamar sobre a inadimplência de crédito, que leva em conta os atrasos maiores a 90 dias, ficou estável em agosto,  2,8%. No cado das pessoas físicas, o índice subiu levemente de 5,5% para 5,6% de um mês para o outro. No caso das empresas, se manteve em 1,8%.

Dicas para não se enrolar com o cartão de crédito

Ao Metrópoles, o diretor da Valorum e especialista em finanças, Marcos Sarmento Melo, disse que é muito fácil se descontrolar com o cartão de crédito, especialmente por um fator psicológico.

“Quando usamos o cartão de crédito, não estamos vendo o dinheiro sair, e acaba ficando mais fácil usá-lo para fazer as compras. Tem que tomar muito cuidado, porque acaba acumulando e no final (do mês) pode-se não ter o dinheiro para fazer o pagamento integral daquela fatura”, disse ele ao Metrópoles.

Ele alerta ainda para o perigo de não pagar o valor total fatura. “Quando não se paga o total da fatura, a taxa de juros que se cobra a cada dia daquilo que deixou de ser pago é muito alta, e isso é perigoso”.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.