Na última quarta, 21, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, interrompeu a sequência de altas da taxa Selic após 12 subidas consecutivas. Na reunião ficou decidido que a taxa permaneceria em seu patamar atual, em 13,75% ao ano, indo de encontro com que era esperado pelos analistas. Mas como esta decisão influencia na rentabilidade de títulos do Tesouro Direto.
A decisão de manter a Selic no mesmo patamar não interfere na rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto, programa da Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil. Com isso, os ganhos para os investidores através desta classe de ativos seguem sendo atrativos, mesmo diante da queda na inflação entre os meses de julho e agosto de 2022.
“Não é esperado que tenhamos muitos outros meses com inflação negativa, mas os juros reais devem permanecer atrativos enquanto o Bacen mantiver a Selic alta como estratégia de combate à inflação”, disse ao E-Investidor Ivan Barboza, sócio-gestor do Ártica Long Term FIA.
Nesta projeção, foi feita pela Lifetime Asset Management uma simulação que revela que, em um período de um ano, um aporte de R$30 mil iria render por volta de R$4,1 mil se for aplicado em títulos pós-fixadores. Este retorno é o mais alto ante outras categorias do Tesouro Direto.
Porém, os ganhos se alteram ao passo que os prazos de resgate ficam mais extensos. No período de cinco anos, a rentabilidade desta mesma aplicação é melhor nos títulos pré-fixados que definiram a Selic em 11,85%. Se o investidor mantiver seu capital aplicado nesta categoria, o total investido atingiria os R$52,5 mil.
Já em um período de 10 anos, os papéis pré-fixados atrelados à inflação e que trazem 5,78% de retorno, mais que duplicaria os R$30 mil aplicados originalmente, podendo atingir os R$75,9 mil.
Na visão da sócia fundadora da Nord Research, Marília Fontes ao E-Investidor, no curto prazo os investidores que possuem perspectivas de retorno no curto e no médio prazo devem estar posicionando-se em títulos pós-fixados do Tesouro Selic. Esta posição é baseada no cenário macroeconômico onde o ciclo de aperto monetário ainda não está dentro do esperado para combater a inflação.