Nesta terça, 20, os papéis da Rossi Residencial tiveram um desempenho negativo após a notícia de que a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, com uma dívida de R$1,2 bilhão. Os papéis caíram cerca de 14% e entraram em leilão na Bolsa por oscilação máxima permitida.
As ações da Rossi fecharam o dia em queda de 10,79%, aparecendo como a terceira maior queda da Bolsa.
O volume financeiro ficou em R$ 1,815 milhão, montante onze vezes superior ao registrado na segunda, 19, quando o resultado foi de R$ 164,9 mil. Na visão do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, já era esperado que na terça acontecesse essa reação negativa após o anúncio dado na segunda-feira.
“A empresa tinha um endividamento muito alto, o que se acentuou nos últimos anos com a pandemia e juros elevados, que também vinham penalizando as incorporadoras”, disse ele ao Valor Econômico.
Daqui em diante, de acordo com Bertotti, o mercado pode esperar uma maior volatilidade sobre os ativos, uma vez que o processo de recuperação judicial pode originar incertezas e que existe um caminho de recuperação vindo por aí.
Do montante total do débito, a Rossi deve por volta de R$300 milhões para a Caixa, R$ 40 milhões para o Banco do Brasil e o que resta é passivo cível, segundo uma fonte ouvida pelo Valor Econômico. A companhia não achou uma maneira eficaz de se reestruturar, por conta do grande nível de pulverização das ações judiciais pelas quais responde.
Apesar disso, a empresa não deixou obras pela metade e vinha trabalhando ao longo dos últimos anos para finalizar os empreendimentos começados.
A Rossi espera, após o impacto da quantidade de rescisões contratuais ao longo dos últimos anos, seguir os passos da PDG e Viver, incorporadoras que enfrentaram problemas parecidos e conseguiram sair do processo de recuperação judicial.
A Rossi Residencial é uma empresa do ramo da construção civil do Brasil fundada em 1980.