Pela primeira vez no ano, o litro da gasolina ficou abaixo de R$ 5. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a última vez em que o preço do combustível atingiu esta marca foi em fevereiro de 2021.
Esta já é a 12ª queda consecutiva no litro da gasolina nos últimos meses. Dados da ANP indicam que o preço médio do combustível caiu de R$ 5,04 para R$ 4,97, representando uma queda de 1,39%.
O percentual mantém o menor patamar desde a semana concluída em 20 de fevereiro de 2021, quando o litro era vendido a R$ 4,917. Em contrapartida, o valor máximo encontrado em alguns postos foi de R$ 6,99.
Em um período inferior a três meses, o preço da gasolina teve uma queda de 19,2% nas refinarias. Em momento de pico, no dia 18 de junho, o combustível chegou a R$ 4,06. Esses são os valores iniciais da cadeia produtiva da gasolina.
É importante destacar que, o preço da gasolina também sofre os impactos dos lucros das distribuidoras e revendedoras, não apenas dos impostos. Somente então, são estabelecidos os valores que chegam ao conhecimento dos consumidores.
A queda drástica é uma combinação entre o barateamento dos combustíveis no mercado internacional junto à redução forçada dos impostos devido à proximidade do pleito eleitoral. Isso porque, os combustíveis compõem um dos principais motores da inflação brasileira.
Principais motivações para a redução no preço da gasolina
O preço da gasolina sofre influência direta da queda do petróleo no mercado internacional. Entretanto, existem preocupações acerca de uma possível desaceleração do crescimento mundial, o que contribui diretamente para a queda do preço da commodity.
O repasse da Petrobras para as distribuidoras também deve ser considerado, pois é apenas uma parcela do preço do combustível destinado ao consumidor final. Com a proximidade das eleições, o governo Bolsonaro aproveitou as medidas tributárias para auxiliar na redução dos preços.
Neste sentido, no final do mês de junho, começou a vigorar a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre itens essenciais, como combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
O ICMS é um imposto estadual, compõe o preço da maioria dos produtos vendidos no país e é responsável pela maior parte dos tributos arrecadados pelos estados.
Essa mesma legislação também foi responsável por zerar as alíquotas dos tributos federais incidentes sobre a gasolina que, em junho, representavam cerca de 10% do preço do combustível vendido ao consumidor, segundo dados da Petrobras.