Nesta segunda, 19, as ações de empresas do setor educacional passaram por altas significativas após as notícias de alterações regulatórias em alguns cursos. Também influenciaram a alta algumas declarações dadas pelo candidato à presidência Lula, a respeito de programas de financiamento educacional.
De acordo com Lula, programas focados na educação superior, como o FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) e o Prouni (Programa Universidade para Todos), “voltarão com força” caso ele vença as eleições.
“O Prouni vai voltar com força, o FIES vai voltar com força, e as universidades vão ter força. Porque nenhum país se desenvolve sem antes investir na educação”, disse Lula em seu Twitter.
Às 14 de ontem, as ações ordinárias da Cogna cresceram 8,59%, as da Yduqs 13,45%, e as da Ser Educacional (SEER3), 9,51%. Já a Cruzeiro do Sul e Ânima, passaram por aumentos de 7,86% e 13,89%.
“Pode ser relevante dependendo da relevância e das regras do jogo, mas pode ser um catalisador para um setor que tem estado sob grande pressão recentemente”, disse em seu relatório, o analista Javier Martinez de Olcoz Cerdan, do Morgan Stanley.
Porém, Javier ressaltou também que as ações do setor tiveram suas altas impulsionadas pela informação de que o MEC (Ministério da Educação) parará de liberar novos cursos de graduação de Direito, Psicologia, Odontologia e Enfermagem na modalidade à distância.
“O regulador estava analisando e aprovando pedidos há mais de um ano e muitas universidades aguardavam apenas a autorização final para começar a matricular os alunos. A decisão foi tomada após denúncias da OAB, que por muitos anos tentou barrar esse processo, questionando a preocupação com a qualidade desses cursos EAD de Direito e os critérios de aprovação do MEC”, disse ele segundo o InfoMoney.
Por fim, o analista afirmou que esta notícia trouxe um respiro para empresas que atuam fisicamente, uma vez que a continuidade de cursos EAD deixariam os campus inviáveis economicamente, isto em cursos lucrativos, como o de Direito que é um dos maiores responsáveis pelo faturamento das faculdades.
“Em nossa opinião, o setor de educação do Brasil é barato e os players listados estão em melhor posição para ganhar participação de mercado em relação às escolas regionais, mas o processo de recuperação é lento e deve levar de dois a três anos para se materializar”, disse Cerdan em seu relatório.