O Grupo Primo Rico realizou mais um corte de equipe, demitindo dessa vez 40 pessoas. Essa é a segunda vez no ano que a empresa realiza demissões, sendo a primeira vez no mês de maio. Na época, 20% do time foram demitidos.
Ao todo, 90 demissões foram realizadas no Grupo Primo Rico desde o início do ano. Diferente de maio, desta vez os cortes foram de diferentes áreas da companhia, como design, eventos, produção, plataformas e a gestora.
Após as dispensas, a empresa, liderada pelos influenciadores Thiago Nigro e Bruno Perini, ficou com 190 funcionários. Em justificava,a empresa alegou que os desligamentos aconteceram por necessidade de “reestruturação“.
Na época, foram anunciadas a aquisição de três edtechs: a TopInvest, voltada a traders; a Edufinance, focada em valuations; e Paradigma Education, especializada em cripto. Além do foco na educação, a empresa quer oferecer uma previdência privada.
As demissões atingiram outras empresas do setor de investimentos neste ano. O motivo é a subida da taxa Selic e, devido a isso, a mudança dos investidores para a renda fixa. A Empirics, por exemplo, empresa do setor de investimentos, demitiu mais de 100 colaboradores no primeiro semestre deste ano.
A 2TM, grupo que controla a corretora de criptomoedas Mercado Bitcoin, fez um corte de 15% do quadro de funcionários, na última semana. Esse também foi o segundo momento de cortes realizado pela empresa.
Trabalho excessivo é o motivo para as demissões
De acordo com a avaliação da empresa, no site Glassdoor, os funcionários fizeram comentários negativos. Entre as reclamações estão cobranças desnecessárias, falta de clareza nas demandas e o estímulo a horas extras sem remuneração.
“Fazem os funcionários trabalharem às 5 da manhã sem hora extra. Ninguém levanta da cadeira antes das 19h pois fica mal visto. Acúmulo de funções e carga de trabalho intensa, inclusive em fins de semana e feriados”, diz um usuário da plataforma que teria trabalhado na empresa.
Assim, os trabalhadores são levados à exaustão sem nenhum retorno financeiro. Além disso, os ex-funcionários reclamam que haviam muitas promessas de sociedade, mas sem nenhum critério.
“Liderança muito jovem e mimada”, diz outro comentário. Na plataforma, também há relatos de exigências absurdas, como se reunir para a leitura de princípios cristãos, sempre com passagens bíblicas e exposição de funcionários.