ApĂłs um primeiro semestre complicado em que a Bolsa ficou no terreno negativo, o mĂȘs de agosto serviu para reforçar o processo de recuperação que começou em julho. Em agosto, o Ibovespa pulou de 103.164,69 pontos para 109.522,88 pontos, o que representou um crescimento de 6,16%. Esta foi a valorização mais alta na B3 para um mĂȘs desde janeiro, quando o Ăndice subiu 6,98%.
Entre os dias 2 e 10 de agosto, o Ibovespa conseguiu se manter em alta por sete pregĂ”es seguidos. Este resultado que foi o melhor deste março deste ano, possibilitou que o Ăndice crescesse acima dos 110 mil pontos, patamar que nĂŁo era alcançado desde junho.
O grande catalisador desta alta de 6,16% contabilizada em agosto foi o retorno do apetite ao risco nos mercados globais, estimulada pelas expectativas mais animadoras de juros e inflação.
No final do mĂȘs de julho, apĂłs a Ășltima reuniĂŁo do FED (Federal Reserve, banco central dos EUA), o entendimento do mercado foi que a instituição nĂŁo seria tĂŁo severa quanto ao que era projetado com a taxa de juros, o que diminuiu as preocupaçÔes de uma possĂvel recessĂŁo na economia mais importante do mundo.
JĂĄ no Brasil, o Banco Central dĂĄ sinais de que a Selic nĂŁo deve aumentar muito mais dos seus atuais 13,75% ao ano. âEm agosto, vimos as taxas de juros de longo prazo se fechando, tanto lĂĄ fora quanto aqui, justamente por conta das expectativas de inflação terem caĂdo, abrindo a possibilidade de que os BCs sejam menos agressivosâ, destacou Jennie Li, estrategista de açÔes da XP ao Isto Ă© Dinheiro.
ProjeçÔes mais esperançosas de inflação e juros faz com que empresas de crescimento, como Ă© o caso de techs e varejistas, que sĂŁo mais sensĂveis Ă s taxas, compreendessem os ganhos para se firmar entre os destaques de agosto. âEssas empresas foram bastante penalizadas pela alta dos juros no inĂcio do ano e agora conseguem se recuperar. O grande destaque Ă© Magalu. Ă um reflexo de um cenĂĄrio macro melhor com essa dinĂąmica de juros mais favorĂĄvelâ, disse Li ao Isto Ă©.
No Ășltimo mĂȘs, as açÔes da Magalu obtiveram um retorno de 65,5%. Entre as maiores valorizaçÔes registradas em agosto, a varejista perdeu somente para a Positivo, empresa de tecnologia, que obteve 73,2%.