Bolsonaro acusa PT de tentar cancelar AUXÍLIO BRASIL de R$ 600; confira o que realmente aconteceu

Por mais de uma vez o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante um pronunciamento que os deputados do PT não concordaram com o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil. A informação foi repassada enquanto participava do debate eleitoral promovido pelo UOL, Folha de S. Paulo e a TV Band. Na ocasião, foram feitas “trocas de farpas” entre o atual presidente e seu oponente Luís Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro acusa PT de tentar cancelar AUXÍLIO BRASIL de R$ 600; confira o que realmente aconteceu
Bolsonaro acusa PT de tentar cancelar AUXÍLIO BRASIL de R$ 600; confira o que realmente aconteceu (Imagem: FDR)

Enquanto Lula (PT) tem dito em algumas entrevistas que inicialmente Jair Bolsonaro não concordava com o valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil, o atual presidente acusa a bancada do PT de ter votado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumentou o valor do programa. Na verdade, a informação repassada pelo atual presidente não é verdadeira.

A PEC n°1/2022 chamada de PEC dos Benefícios, recebeu 393 votos favoráveis e 14 contrários. Dos deputados petistas, 1 foi contra e outros 7 não votaram a matéria. Isso significa que ao contrário do que Bolsonaro mencionou, os parlamentares petistas não uniram forças para derrubar a medida que aumentou os benefícios sociais.

Dos votos contrários, sete vieram do partido Novo, dois de representantes do União Brasil, dois do PSD, um do PT, um do PSC, e um do PSDB. A PEC permitiu que R$ 41 bilhões fossem liberados fora do teto de gastos para bancar benefícios como o Auxílio Brasil de R$ 600, R$ 110 no vale gás, e o auxílio caminhoneiro e auxílio taxista de R$ 1 mil cada.

Bolsonaro não queria o Auxílio Brasil de R$ 600?

Enquanto o presidente acusa o PT de não ter concordado com o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil, o ex-presidente Lula acusa Bolsonaro de também não ter querido o pagamento. Na verdade, o adicional de R$ 200 no pagamento do programa foi um pedido da própria equipe bolsonarista, e defendida pelo presidente. 

Na verdade, o auxílio emergencial pago entre os anos de 2020 e 2021 é que passaram de forma mais difícil pelo atual governo. Em 2020, inicialmente Bolsonaro tinha estabelecido o pagamento de R$ 200 por mês para trabalhadores informais durante três meses. Mas uma outra proposta da oposição apresentou o valor de R$ 600 e foi aprovada.

Em 2021 a quantia de R$ 600 e de R$ 1,2 mil para mães solteiras foi reduzida a R$ 150, R$ 250 ou R$ 375. Quando anunciou os novos valores, justificou que a quantia maior traria mais dívida ao Estado. “O auxílio emergencial é endividamento do Estado. Alguns acham que pode dar a vida toda, [mas] não dá”, disse o presidente na época.

Um pouco irritado pelos questionados sobre o valor reduzido, ele afirmou que embora seja menor era “melhor do que nada”. “É pouco? Eu preferia ter isso aí do que não ter nada.”, confrontou.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com