Presidente do Nubank acredita que CARTÃO DE CRÉDITO deve SUMIR em breve por conta deste motivo

O presidente de operações do banco digital Nubank, Youssef Lahrech, disse concordar com a declaração dada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o cartão de crédito. Segundo ele, diante da digitalização, o cartão de crédito pode sumir. Lahrech assumiu o cargo de CEO do Nubank hoje, 15.

“O streaming de filmes causou no setor de entretenimento efeito parecido que a digitalização dos pagamentos teve entre os bancos. Mudou tudo. Concordo que o cartão de crédito pode sumir, e por isso temos diversificado para outras formas de pagamento, inclusive para o Pix, BNPL”, explicou ele ao Valor Econômico.

Ele disse ainda que por conta do crescimento de transações relacionadas ao PIX, este movimento é impulsionado. “Acho que o Pix afeta primeiro o cartão de débito, depois o de crédito”, afirmou.

“Levam alguns anos para chegar até esse quadro: o cartão de crédito tem outras funções, como compras internacionais, parcelamento. Mas, no fim das contas, o PIX aumentará a fatia no mercado. Estou mais do que feliz com uma possível canibalização do cartão de crédito”, disse o executivo ao Valor.

Por fim, Youssef previu que bancarização deve crescer através da solução de pagamentos desenvolvida pelo Banco Central. “O mercado endereçável no Brasil ainda é bastante grande, podemos dobrar ou mais nossa base no Brasil”, afirmou.

Ações do Nubank disparam após avaliação positiva sobre o 2T22

As ações do Nubank saltaram 19,54%, a US$4,71, obtendo resultados maiores que o projetado pelo mercado, após a revelação do balanço do segundo trimestre de 2022. Chamaram a atenção dos investidores certos pontos do resultado do banco digital, como o índice de inadimplência, por exemplo. 

Segundo o UBS-BB, o lucro líquido ajustado do trimestre esteve em linha com as projeções e o balanço da fintech contou com boas surpresas.

O maior destaque negativo foi o índice de inadimplência de 90 dias, que aumentou no segundo trimestre do ano, e acabou sendo mais fraca do que o projetado pelo mercado. O resultado poderia ter sido mais alto, se não existisse a estratégia do Nubank de reduzir a oferta de crédito.

“Observamos que a administração afirmou que a empresa reduziu seu crescimento de empréstimos pessoais devido às incertezas macro de curto prazo. Apesar do crescimento muito bom da receita, vemos alguns investidores manifestaram preocupação com o aumento do crédito vencido há 90 dias”, informou o relatório do UBS-BB.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.