DIREITO DAS MULHERES: Senado aprova projeto alterando a idade mínima para laqueadura

Um dia histórico para o direito das mulheres. Em 10 de agosto o Senado Federal aprovou o projeto de lei (PL) 1.941/2022 que diminui a idade para que as mulheres optem pela laqueadura, processo cirúrgico para impedir que o corpo feminino gere filhos. Além disso, uma outra regra que dava ao parceiro homem a permissão sobre ações tomadas no corpo da mulher, também foi alterada.

Depois de passar pela Câmara dos Deputados e ter sido aprovada, foi a vez do Senado Federal votar o PL 1.941/2022. Agora, basta que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancione esta legislação para que o direito das mulheres finalmente vire lei e passe a ser respeitado nas instituições de saúde.

Ganham destaque as seguintes mudanças a respeito do processo de esterilização feminina:

  • Obrigatória a disponibilização de quaisquer métodos e técnicas de contracepção previstas em lei;
  • Reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a realização de esterilização voluntária em mulheres e homens, com capacidade civil plena;
  • Permite a laqueadura da mulher durante o período do parto;
  • Desobriga a autorização expressa do cônjuge para esterilização, situação que estava prevista em lei de 1996.

Em outras palavras, a mulher passa a ter mais poder sobre o seu próprio corpo, e não depende da autorização do seu marido para fazer a laqueadura.

Reconhecemos que facilitar o acesso da população aos métodos contraceptivos é uma forma de garantir os direitos à vida, à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão; ao trabalho e à educação”, disse a relatora do projeto, senadora Nilda Gondim (MDB-PB), em seu parecer.

Direito das mulheres também é questão de saúde pública

A senadora Nilda Gondim também justificou que o trecho que prevê a laqueadura como um direito das mulheres sem que haja concordância do cônjuge, evita que a mulher passe por dois procedimentos cirúrgicos. No entanto, o pedido de esterilização deve ser feito 60 dias antes do parto. 

O Sistema Público de Saúde (SUS) também passa a ser obrigado a disponibilizar métodos contraceptivos. De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao oferecer para a população métodos anticoncepcionais, são reduzidos os riscos à saúde, principalmente sobre gravidez indesejada.

Dados da OMS também mostram que essas ações são benéficas para diminuir a mortalidade infantil, e, do ponto de vista socioeconômico, contribui para um crescimento populacional sustentável.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com