A fome chega sem cerimônia à mesa dos brasileiros. Dados atualizados do Mapa da Fome apontam que 58,7% da população vivem diariamente em meio à incerteza se terá ou não comida à mesa. Na maior parte dos casos, pratos de ossos e subprodutos compõem a refeição.
As estatísticas do Mapa da Fome são representadas através da viralização de imagens nas redes sociais, repletas de subprodutos alimentícios. Para quem ainda não conhece essa realidade, tratam-se de soro de leite, pele de frango, osso bovino e carcaça de peixe. Estes são alguns exemplos do déficit no cardápio de milhões de famílias brasileiras.
O Mapa da Fome é realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e, desde o ano de 2018, mostra uma crítica e triste situação entre a população brasileira de baixa renda, que tende a se agravar cada vez mais.
Este cenário é reflexo do desemprego em massa, produtos com preços nas alturas e uma queda drástica na renda, levando a um quadro de insegurança alimentar.
A inflação incidente sobre os alimentos e o excesso de chuvas que atingiu várias regiões brasileiras também são fatores que devem ser levados em consideração se tratando do consumo de subalimentos.
Dados revelados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, identificaram 33,1 milhões de brasileiros têm o que comer.
A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na qual 14 milhões de novos brasileiros se encontram em situação de fome há mais de um ano. Em 2020, este número era de 212,6 milhões.
O que dizem os especialistas sobre o Mapa da Fome
A substituição de alimentos nutritivos por subprodutos é uma preocupação para nutricionistas como Mildre Souza. O profissional alega que este hábito é capaz de comprometer a saúde pelo simples fato de não conter o mesmo valor nutricional do alimento de origem.
“Em 100ml de leite de vaca obtemos em média, três gramas de proteína. O soro do leite, na mesma quantidade, tem somente 0,6g. Esse é um exemplo de apenas um nutriente dentro do conjunto de macro de nutrientes, compostos ativos, fitoquímicos e outras substâncias envolvidas”, explicou Mildre.
Uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que, devido à alta do preço do leite, 23% dos brasileiros trocaram o item por soro de leite. Enquanto isso, o consumo de sobras de frango e carne, como pele e osso, já são uma realidade de 20% dos entrevistados com orçamento curto.
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