De acordo com uma pesquisa publicada pelo instituto Datafolha na segunda-feira (1), mais de 50% dos beneficiados pelo Auxílio Brasil consideram o pagamento de R$ 600 insuficiente. Na realidade, o valor pago pelo benefício é de R$ 400, mas após uma manobra do governo federal o auxílio receberá bônus de R$ 200 até dezembro deste ano.
Foram ouvidos 2.566 eleitores, entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades brasileiras. Tendo dois pontos como margem de erro, o Datafolha concluiu que 54% dos beneficiados com o Auxílio Brasil consideram o valor de R$ 600 insuficiente. Enquanto 38% acreditam que a quantia é suficiente, e outros 8% classificam como mais que suficiente.
No público geral, isto é, sem considerar aqueles que são recebedores do programa social, 56% acreditam que R$ 600 não são suficientes. Enquanto 36% concorda com o valor, classificando-o como suficiente, e outros 7% acham que a quantia é mais que suficiente.
Para comparar os valores, em maio quando a quantia oferecida era de R$ 400 pelo menos 69% dos entrevistados da época acreditavam que o valor era insuficiente. Enquanto 29% disseram que era suficiente e 2% afirmaram que era mais que suficiente.
A maior parte dos beneficiados com o Auxílio Brasil são mulheres, cerca de 63% do público. De maio para julho o número de pessoas que recebem ou moram com algum recebedor subiu, foi de 21% para 25%.
Auxílio Brasil turbinado de R$ 600
A partir do dia 9 de agosto começa a ser distribuída a primeira parcela do Auxílio Brasil de R$ 600. Em uma ação inédita do governo o calendário foi antecipado para a primeira quinzena do mês, normalmente o repasse acontece nos últimos dez dias úteis.
O programa vai contar com adicional de R$ 200 até dezembro de 2022, para isso o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 1/2022. Ao decretar estado de emergência no país a medida liberou R$ 41,2 bilhões aos cofres públicos para investimento em benefícios sociais.
Para o Auxílio Brasil foram pouco mais de R$ 21 bilhões para aumentar as parcelas e incluir aproximadamente mais 1,7 milhões de famílias. Apoiadores do presidente acreditam que esta seja uma forma certeira de conseguir aumentar as chances de reeleição de Bolsonaro.
E a estratégia foi percebida pelos eleitores, 61% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que o que motivou o governo a aumentar o Auxílio Brasil foi o interesse em ganhar votos. Enquanto 31% disseram que era para ajudar quem está precisando, e 6% acreditam que era para ganhar votos e ajudar quem está precisando.
Em contra partida, quando questionados sobre o mesmo assunto apenas aqueles que apoiam o atual governo, 68% dizem que a medida foi criada para ajudar os mais pobres. E outros 20% enxergam o aumento no Auxílio Brasil como estratégia para ganhar votos.