O conflito na Ucrânia causou uma disparada nos preços do petróleo e dos minerais, situação que vem preocupando Larry Fink, criador da BlackRock, em relação a uma situação persistente de pressão inflacionária que recairá sobre os alimentos.
“A única coisa com que me preocupo e sobre a qual não discutimos o suficiente são os alimentos. Isso não diz respeito apenas à inflação. Também existem questões geopolíticas que resultam disso”, disse Larry ao Financial Times.
No começo deste ano, os preços do petróleo, insumos agrícolas derivados do petróleo e energia aumentaram em decorrência das sanções que os países ocidentais decretaram contra a Rússia por conta da Guerra na Ucrânia. Os reflexos desta situação atingiu os preços dos grãos e de óleo comestível, uma vez que a Ucrânia é um dos grandes exportadores.
Na semana passada, os preços do petróleo começaram a cair para patamares que eram vistos antes da guerra, já que as empresas estavam preparadas para uma queda no consumo, de acordo com o Financial Times. Porém, a inflação que recai sobre preços dos alimentos, segue elevada.
No último mês, os números do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos revelaram que os preços dos cortes de frango e da farinha estão cerca de 20% mais altos em comparação a um ano e o da margarina 34%.
“Falamos muito sobre os preços da gasolina porque é isso que afeta os americanos, mas o maior problema é a comida”, defendeu Fink. “Houve uma tremenda destruição de terras aráveis na Ucrânia… Em termos mundiais, o custo do fertilizantes subiu quase 100%, e esse custo adicional leva à redução da quantidade usada na agricultura, o que prejudica a qualidade das safras em todo o mundo”, disse Larry.
Mesmo que os preços do petróleo estejam mais baixos para os motoristas, os gastos dos insumos permanecem elevados para as empresas de bens de consumo. A probabilidade é que qualquer redução nos preços dos fertilizantes venha tarde demais para incrementar as colheitas de alimentos ainda este ano.
Após o início da invasão russa, o Banco Mundial projetou que o crescimento dos preços dos alimentos no planeta atingiria 20% em 2022 e seria bem maior que o das matérias-primas.