Estes motivos devem fazer fundos multimercados e de ações voltarem a chamar a atenção dos investidores

Nos seis primeiros meses deste ano, os fundos multimercados e de ações totalizaram R$ 111,3 bilhões em saídas líquidas. Em meio à escalada da Selic, os investidores vêm migrando para a renda fixa. Apesar disso, com o fim do aumento da taxa de juros, esses fundos devem voltar a captar.

Estes motivos devem fazer fundos multimercados e de ações voltarem a chamar a atenção dos investidores
Estes motivos devem fazer fundos multimercados e de ações voltarem a chamar a atenção dos investidores (Imagem: Montagem/FDR)

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no primeiro semestre, a saída de recursos dos fundos multimercados foi maior do que a dos fundos de ações. A queda das duas classes acontece em meio às perdas na bolsa de valores.

Nos seis primeiros meses deste ano, dentro da classe de ações, houve saída líquida de R$ 49,5 bilhões. Isso foi decorrente de um movimento fragmentado: 51% dos fundos tiveram resgates no período. A principal contribuição veio do tipo ações livres, com captação líquida negativa de R$ 20 bilhões.

Já nos fundos multimercados, ocorreu uma retirada de R$ 61,8 bilhões no semestre. Dentro dessa classe, as movimentações também foram pulverizadas.
Entre os tipos de fundos, o multimercado livre — um dos tipos mais representativos — teve o maior resgate da classe, com R$ 39 bilhões no semestre.

Sobre as rentabilidades no ano, dez dos 12 tipos da classe de ações tiveram rentabilidade negativa. O menor rendimento foi das ações setoriais (30,35%).

Já os desempenhos da classe multimercados ficaram entre -1,00% e 11,21% — decorrentes, respectivamente, dos tipos estratégia específica e multimercados macro.

Fundos multimercados e de ações devem voltar a chamar a atenção

A migração dos investimentos de risco para a renda fixa começou a diminuir a ritmo. Quando o ciclo de alta da taxa Selic acabar, a tendência é que os investidores voltem para os fundos multimercados e de ações.

A declaração foi feite pelo vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), segundo apurado pelo Valor.

O executivo prevê que o final do ciclo de aumento da taxa de juros alterará o movimento — que já vêm reduzindo a velocidade. “Nada dura para sempre e a tendência é a normalidade voltar”, declara.

Segundo Rudge, com a desaceleração da inflação, será possível observar o Banco Central dar alguma sinalização de que os juros chegaram ao patamar adequado — e que poderá passar a diminuir nos próximos meses ou anos.

Atualmente, o executivo considera que ainda há uma grande incerteza. Por conta disso, os investidores seguem mais avessos ao risco.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.