O que esperar da bolsa de valores no segundo semestre, em meio à inflação e eleições?

Ao contrário do que aconteceu no primeiro trimestre deste ano, a bolsa de valores brasileira encerrou em baixa no segundo. Em meio à inflação e eleições, entenda o que esperar da bolsa de valores no segundo semestre, conforme especialistas consultados pelo Estadão.

O que esperar da bolsa de valores no segundo semestre, em meio à inflação e eleições?
O que esperar da bolsa de valores no segundo semestre, em meio à inflação e eleições? (Imagem: Montagem/FDR)

Do primeiro para o segundo trimestre deste ano, o grande fator que alterou o ritmo da bolsa de valores foi a aversão ao risco global. Isso aconteceu em meio às previsões de investidores por inflação e taxas de juros mais altas.

Antes dos pares globais, o Brasil começou o movimento de elevação nos juros. Mesmo que isso seja visto como vantajoso para o país, ainda existem temores para os próximos meses. Apesar da alta inflação nos últimos meses, não há claros indícios que que os preços sejam controlados.

No exterior, o mercado segue pressionado por conta da escalada da inflação — principalmente nos Estados Unidos. Diante disso, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) passou a subir os juros.

Cabe destacar que os fatores que impactam os EUA afetam diretamente mercados internacionais, principalmente os emergentes — como é o caso do Brasil. Desse modo, o investidor deve se atentar, no segundo semestre, à performance da inflação no cenário externo.

De acordo com o sócio da Alta Vista Investimentos, Eduardo Plastino, mesmo que o desempenho do Ibovespa tenha sido acima dos índices de ações internacionais no semestre, não reflete exatamente o contexto do mercado nacional.

O motivo disso é que poucas ações ligadas a commodities possuem peso considerável no índice da bolsa de valores brasileira.

Eleições devem causar volatilidade na bolsa de valores

Na bolsa de valores, os desdobramentos das eleições 2022 também devem provocar aversão a risco. Atualmente, Luiz Inácio Lula da Silva está na frente de Jair Bolsonaro nas pesquisas.

O chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, Pedro Serra, prevê que, até outubro, a bolsa de valores “deve andar de lado e com volatilidade relativamente alta”.

Em situações de grande volatilidade, juros altos e elevação da aversão a risco aumentam a necessidade de que o investidor busque companhias resilientes — com resultados ascendentes em qualquer situação e que negociam a valores baixos.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.