Golpe do Pix está em discussão entre bancos e Banco Central

Diante do êxito do PIX em todo o Brasil, os bancos e fintechs vem discutindo com o banco Central para que sejam adotadas medidas adicionais de segurança na tentativa de inibir o crescimento dos golpes envolvendo a solução de pagamentos. Entre as idéias que estão sendo debatidas estão o limite de transação definido pelos próprios bancos, maior rigidez para abertura de contas, entre outras.

Roberto Campos Neto, presidente do BC, voltou a se mostrar preocupado a respeito deste tema no fim do mês passado. Ele disse em uma audiência realizada na Câmara dos Deputados, que mesmo com o uso de todas as medidas de segurança que já estão em vigor, os golpes seguem acontecendo e que a autoridade monetária quer coibir as chamadas “contas laranjas”.

Este termo é usado quando um indivíduo abre uma conta bancária usando a documentação de outra pessoa ou quando o indivíduo empresta sua conta para um fraudador.

“Uma das coisas que a gente está fazendo é apertando o máximo possível para que os bancos não tenham capacidade de ser hospedeiros de conta laranja ou conta intermediária. Inclusive, a gente vai começar a fazer um processo onde os bancos serão responsabilizados se for feita uma fraude de Pix e eles tiverem uma conta laranja”, afirmou Campos Neto.

Em 2021, Neto já tinha afirmado que o Banco Central estava estudando alterações nas regulações para abertura de contas em fintechs e bancos digitais. Na época, ele disse que os grandes bancos contavam com um sistema mais lento, no entanto, mais sofisticado. “Custa mais caro, é mais lento, mas é mais seguro para o cliente. A gente vê que tem um número de contas laranjas que são abertas, que estão mais relacionadas a essas plataformas onde o processo de abertura é mais fácil”, disse.

De acordo com dados mais recentes do Banco Central, no último trimestre de 2021, foram efetuadas mais transações através de pagamento instantâneo no país (3,89 bilhões) do que com uso do cartão de débito (3,85 bilhões) ou de crédito (3,73 bilhões). 

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.