Inflação deve ficar ainda mais alta após este novo acontecimento envolvendo a Petrobras

Por conta do reajuste nos preços dos combustíveis, comunicado pela Petrobras na última sexta-feira (17), a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode chegar a 9,2% neste ano. O cálculo foi realizado pelo economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Inflação deve ficar ainda mais alta após este novo acontecimento envolvendo a Petrobras
Inflação deve ficar ainda mais alta após este novo acontecimento envolvendo a Petrobras (Imagem: Montagem/FDR)

A partir de 18 de junho, o valor médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras aumentou de R$ 3,86 para R$ 4,06 o litro. Isso representa uma elevação de 5,18%.

A estatal também subiu o preço médio de venda do diesel, de R$ 4,91 para R$ 5,61 o litro. Neste caso, o aumento foi ainda maior, de 14,26%.

De qualquer modo, vale ressaltar que o preço final dos combustíveis nas bombas ainda depende de impostos e margens de lucro de revendedores e distribuidores.

Em nota, a Petrobras comunicou que vem buscando equilíbrio dos seus valores com o mercado mundial. Isso sem repasse imediato para os valores internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

Segundo a estatal, esse posicionamento possibilitou que a empresa mantivesse os preços da gasolina estáveis por até 99 dias, e do diesel por até 84 dias.

Inflação pode aumentar após reajuste nos preços dos combustíveis

Antes do reajuste recente da Petrobras, o economista da FGV considerava uma inflação de 9% para este ano.  Diante disso, Braz entende que pode haver ainda mais aumento dos preços com a decisão da companhiaAgora, a estimativa é que o IPCA pode chegar a 9,2% em 2022.

Apesar disso, ele acredita que a diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode atenuar essa elevação.

O economista indica que aguardará, nos próximos meses, como ficarão os diálogos da redução do ICMS — para dimensionar o reflexo deste movimento na inflação deste ano.

Com relação ao consumidor, Braz alega que o impacto não será no mesmo nível anunciado para as distribuidoras. Mesmo que o reajuste na distribuidora seja de 5,18% para a gasolina, o economista prevê que, no posto, é próximo a um terço. A elevação pode chegar a 2%, segundo ele.

O diesel também possui a mesma dinâmica. Apesar do aumento de 14,26% na distribuidora, na bomba, o aumento deve ser próximo a 5%, segundo Braz.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.