Estes motivos estão fazendo empresas de tecnologia sofrerem quedas nunca vistas nas bolsas de valores

Após os lucros inacreditáveis atingidos ao longo da pandemia, o mercado de ações não vem obtendo bons resultados em 2022. Investidores estão sofrendo perdas, até mesmo em papéis tidos como seguros, como os das companhias de tecnologia, que vinham oferecendo bons retornos há um bom tempo.

Até o último dia 15 de junho, o índice Nasdaq da bolsa de valores especializada em companhias de tecnologia, despencou cerca de 32%.

“É uma das maiores quedas já sofridas pela Nasdaq em toda a sua história”, disse ao g1 Eduardo Carbajal, professor de economia e finanças do Instituto Tecnológico de Monterrey, no México. E esta condição não melhorou ao longo deste mês.

Nem mesmo as chamadas “big techs”, como Apple, Netflix, Amazon e Meta saíram ilesas e também passaram por quedas de mais de dois dígitos.

Motivos 

Os mercados são voláteis pois dependem das expectativas dos investidores, ou seja, o que eles esperam que aconteça futuramente, é o que vai determinar o valor das ações na bolsa.

Neste ano, uma tendência entre os investidores vem sendo o de se desfazer destes ativos, pois no entendimento deles não irão receber o retorno desejado.

Diversos fatores influenciam este desanimo dos investidores. A inflação em alta é um dos principais motivos, fenômeno que vem abatendo o mundo todo neste ano. Nos EUA, o índice anual atingiu os 8,6% neste mês, o mais elevado dos últimos 40 anos. A inflação causa incertezas que são negativas para os mercados.

O custo alto do crédito também deixou mais chamativo os investimentos em bônus do Tesouro Norte-americano, fazendo com que uma parcela do fluxo de capitais acabasse indo para este tipo de ativo, tido como mais seguro.

Big techs

Nicolás Max, diretor da empresa argentina Criteria Asset Management, disse a BBC News Mundo que a dimensão da queda é definida pelas ações de maior peso e que dominam a Nasdaq. 

Estas empresas gigantes da tecnologia são o Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google, que integram um grupo de empresas conhecido como FAANG. Existe ainda outra companhia mais tradicional entre elas: a Microsoft.

“Observamos no primeiro semestre do ano quedas dos lucros com relação às expectativas de ações muito representativas dos índices de tecnologia, como o Facebook, o PayPal e a Netflix”, disse Max.

Somados, o valor de mercado da Apple, Amazon, Facebook, Microsoft e Google despencou US$ 2,7 triilhões (R$ 13,8 trilhões) entre o começo deste ano e o dia 19 de maio, de acordo com o jornal The New York Times.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.