Fim do auxílio emergencial tem reflexo bilionário no bolso dos brasileiros

A pandemia de Covid-19 não apenas tirou milhares de vidas brasileiras, 668 mil até 13 de junho. Outros pontos foram afetados, como o bolso do cidadão que diminuiu sua renda e tem sentido os impactos. Foram menos R$ 30,56 bilhões nos últimos dois anos, mesmo com a liberação do auxílio emergencial.

Fim do auxílio emergencial tem reflexo bilionário no bolso dos brasileiros
Fim do auxílio emergencial tem reflexo bilionário no bolso dos brasileiros (IMAGEM: FDR)

As informações são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (Pnad Contínua 2021), promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, a massa de rendimento mensal domiciliar por pessoa foi de R$ 287,703 bilhões. Pelo menos R$ 19,150 bilhões a menos que o registrado no ano de 2020.

Ainda comparando os dois anos, a média de pessoas recebendo alguma ajuda do governo, como o auxílio emergencial, foi de 23,7% em 2020 para 15,4% em 2021.

O benefício que foi criado nos primeiros meses da pandemia no Brasil, liberou 16 parcelas entre os anos de 2020 e 2021. O valor foi diminuindo conforme as novas liberações.

Foram cinco parcelas de R$ 600 para cada inscrito, e até R$ 1.200 para mães de famílias solteiras, ou responsáveis por cuidar individualmente dos custos familiares. Ao todo, 68 milhões de pessoas receberam a ajuda.

Em 2021, o valor do auxílio emergencial foi de no mínimo R$ 150 e no máximo R$ 375. O dinheiro era depositado na conta poupança criada para cada beneficiário, e que podia ser movimentada no aplicativo Caixa Tem.

Na época, inclusive quem estava inscrito no Bolsa Família pode ser contemplado com os valores atualizados. Hoje, este programa não existe mais e deu lugar ao Auxílio Brasil que paga no mínimo R$ 400 por família inscrita.

Impactos do fim do auxílio emergencial

Quando chegou ao fim, em agosto de 2021, o auxílio emergencial desamparou 22 milhões de pessoas. Quem já era inscrito do Bolsa Família foi automaticamente migrado para o Auxílio Brasil.

Mas, trabalhadores autônomos, desempregados e MEI, ficaram sem receber nenhum tipo de ajuda do governo após esse período. O que, claro, mexeu com a renda do trabalhador.

De acordo com um estudo feito pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP, o Produto Interno Bruto (PIB) do país sentiria mais os impactos com o fim do programa sem o auxílio. Em 2020 a redução do PIB poderia ter sido de 14,8%.

Segundo o coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, Naercio Menezes Filho, o fim do auxílio emergencial trouxe para a linha da pobreza 2 milhões de pessoas. Estas precisaram sobreviver com renda per capita de R$ 250 por mês.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com