Durante videoconferência com instituições financeiras internacionais, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugeriu uma “solução” que poderia combater a inflação. A ideia é investir em alimentos e energia em forma de subsídios.
Campos Neto defende os subsídios como uma medida capaz de tornar menos intensa os custos da inflação sobre as famílias mais pobres. Embora tenha justificativo que as altas de preços em âmbito mundial também têm favorecido o país.
Para justificar seu posicionamento, o presidente argumenta que o Brasil tem se beneficiado ao alcançar recordes de arrecadação com a venda de petróleo e grãos.
Logo, Roberto acredita que com esses números subindo, os lucros podem ser revertidos inclusive em projetos de melhoria da qualidade de vida da camada mais pobre.
“Preços de alimentos estão subindo, preço de energia está subindo e temos a parcela mais pobre da população com necessidade de alguma assistência. Transferir uma parte do choque positivo [alta de arrecadação] para resolver as questões sociais, via subsídios”, justifica o presidente do BC.
Ainda durante seu pronunciamento, Campos Neto disse que neste momento aguardar a baixa de preços por oferta e demanda não é eficiente. E que não seria interessante para a população.
Por isso, defende a criação de subsídios, mas com cautela para que não se torne “um gasto permanente”. Subsídios são incentivos fiscais e auxílios financeiros que funcionam como um investimento para que determinado setor cresça.
O economista também não acredita que este seja o momento do governo interferir no valor dos produtos. Porque a curto prazo poderia resolver, mas influenciaria de forma negativa nos investimentos.
Impactos da inflação no bolso dos brasileiros
Para explicar de uma forma mais enxuta, a inflação representa o aumento de preços dos bens e serviços que constroem a economia.
Por isso, com o crescimento dos produtos da cesta básica, conta de luz, gás de cozinha e etc., tem sido mais comum ouvir que é culpa da inflação.
Para medir a inflação é utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com o resultado de maio de 2022 em que a inflação ficou em 0,59%, o IPCA acumula taxa de 12,20% em 12 meses.
O resultado foi divulgado pelo IBGE. Na publicação, indicou que puxam esta alta de preço os produtos relacionados ao transporte, como as passagens aéreas (18,40%). Em segundo lugar, estão os alimentos e bebidas.