Especialista explica o que é o Open Banking e qual o seu cenário no Brasil

Mercado financeiro reformula seu sistema de funcionamento para garantir segurança aos clientes. O Open Banking tem sido um serviço cada vez mais adotados pelas grandes instituições bancárias. Ele permite o compartilhamento de dados entre mais de um banco, mas você precisa compreender como isso afeta a sua conta. Acompanhe.

Para os clientes das instituições bancárias, estar por dentro dos seus sistemas de funcionamento é essencial para ter segurança na hora de aplicar dinheiro. O Open Banking surge como um serviço de compartilhamento de dados que pode otimizar a concessão de linhas de crédito.

Buscando se aprofundar nessa temática, o FDR convidou Bruno Chan, CEO da KLAVI, para explicar como funciona o Open Banking. No texto abaixo, ele detalha o que é esse sistema, como ele é aplicado e quais são os impactos no bolso do cidadão. Confira:

O que é Open Banking?

O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é uma iniciativa que permite o compartilhamento de dados entre instituições financeiras. Com essa iniciativa os usuários passam a ter autonomia para decidir como, quando e com qual empresa querem compartilhar seus dados. Por meio de um conjunto de tecnologias, essas empresas conseguem ter acesso aos dados e conhecer melhor seus clientes.

Qual o cenário do serviço no Brasil?

O movimento brasileiro se destaca de outros lugares do mundo, vemos um cenário muito promissor. O sistema evoluiu para o Open Finance, incluindo dados sobre outros serviços financeiros, e não apenas relacionados a serviços bancários tradicionais. Pesquisas mostram que houve um volume expressivo de compartilhamento de dados e uma forte adesão de instituições voluntárias, além das reguladas pelo Banco Central (BC) como as instituições integrantes do S1 e S2.

Quais os benefícios para as empresas?

Existem diversos benefícios para as empresas, mas, sem dúvidas, o maior será a oportunidade de conhecerem melhor seus clientes/usuários. Ter um perfil mais assertivo do consumidor, entendendo seus hábitos e renda, vai ajudar as empresas a personalizarem seus produtos e serviços, com mais segurança na tomada de decisão.

Quais os benefícios para as instituições bancárias?

Para as instituições bancárias, o benefício é ter acesso aos dados de seus clientes em outros bancos e ter uma visão consolidada das múltiplas contas. Porém o maior desafio será estruturar esses dados de diversas instituições financeiras a fim que exista uma padronização. Na Klavi, ajudamos as instituições bancárias a estruturar e entender os dados que recebem, transformamos esses dados brutos em variáveis valiosas e estruturadas para a tomada de decisão.

Quais os serviços para o público final?

Atualmente, os consumidores ainda recebem ofertas de produtos e serviços incompatíveis com seu perfil ou necessidade. Isso ocorre porque as instituições não possuem dados e inteligência suficientes para conhecer seu público e oferecer melhores serviços. Assim, os atuais produtos financeiros são caros e os consumidores não estão satisfeitos com os serviços que têm à disposição. Com o Open Finance o consumidor final é beneficiado com produtos e serviços melhores, adequados ao seu perfil. Melhores ofertas de crédito, com taxas de juros mais competitivas, além de soluções inovadoras para gestão financeira, investimentos, pagamentos entre outras.

Como o serviço pode ajudar no desenvolvimento do mercado financeiro?

Com o serviço de Open Finance o mercado financeiro ganha mais competitividade entre bancos, financeiras e fintechs, melhorando a experiência no uso de produtos e serviços financeiros e o desenvolvimento de soluções inovadoras. Com maior competividade e precisão mais assertiva, consequentemente, mais taxa de aprovação e menor inadimplência.

Como o serviço pode ajudar na concessão de crédito de pessoas físicas?

Antes do Open Finance, a única informação que as instituições tinham dos seus clientes eram os scores de créditos de bureaus. Geralmente, quem era negativado era excluído do mercado de crédito. Agora, quando o cliente compartilha seus dados financeiros, a instituição passa a ter uma visão real da sua capacidade financeira. Isso permite oferecer créditos mais customizáveis, mais justos e com melhores condições. O compartilhamento de dados financeiros pode aumentar o acesso a crédito a mais pessoas. Clientes que já usam as soluções de Open Finance da Klavi conseguiram aumentar a taxa de aprovação, aumentar o limite de crédito e reduzir inadimplência.

E para as micro e pequenas empresas? Como o open banking beneficia o desenvolvimento dessas empresas?

Micro e pequenas empresas operam com orçamento reduzido e, por isso, precisam ter mais assertividade nos produtos e serviços oferecidos e melhor avaliação de risco. Antes do Open Finance essas empresas não tinham visibilidade das finanças de seus clientes. Com o compartilhamento de dados elas têm a oportunidade de conhecer melhor o perfil financeiro de seus clientes, oferecer produtos mais adequados e reduzir os custos com outras fontes de dados. Além disso, existem diversas soluções que utilizam os dados de Open Finance para facilitar a automatização de serviços, como de contabilidade, por exemplo.

No caso dos desbancarizados, como o open banking funciona?

No caso dos desbancarizados o Open Finance não é inclusivo por se tratar de dados bancários. Porém, no mercado existe o conceito de Open Economy que possibilitando o compartilhamento de dados de outras instituições, além dos bancos tradicionais, como aplicativos de economia compartilhada, e-commerce, folha de pagamentos e outras fontes de informações financeiras. Acreditamos que no futuro, o sistema

Para as grandes instituições financeiras quais os benefícios do open banking?

As grandes instituições financeiras têm, pela primeira vez, a oportunidade de coletar e utilizar dados financeiros dos seus usuários de outras instituições. Isto permite uma visão completa dos usuários que era impossível antes do Open Banking. Com essa visão holística, as instituições podem criar produtos novos que geram valor para seu usuário como agregador de contas (gestão financeira), hiper personalização de crédito e cartão, entre outros serviços financeiros.

Como o serviço funciona dentro das regras da LGPD?

As regras da LGPD, normas sobre sigilo bancário e política de segurança cibernética são essenciais para o Open Finance. Reforçam a necessidade de respeito aos direitos individuais dos consumidores e o compromisso das instituições sobre esses dados. Por isso, as empresas envolvidas com essas tecnologias precisam de profissionais e ferramentas preparados para este cenário, além de uma política de privacidade e proteção de dados transparente, com base na LGPD. Os dados devem ser compartilhados somente com a devida permissão dos usuários, que pode ser revogada a qualquer momento.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.