Na última quinta-feira (26), a Agência Nacional de Saúde (ANS) estabeleceu o teto anual de reajuste para os planos de saúde individuais e familiares. Com esse aumento, as empresas do setor poderão ser favorecidas nos próximos meses.
O reajuste máximo para os planos de saúde vale para o período de maio de 2022 a abril de 2023. Esse aumento foi o maior da série histórica da ANS, que se iniciou em 2000. Anteriormente, a maior elevação tinha sido em 2016, de 13,6%.
A medida afetará os contratos de aproximadamente oito milhões de beneficiários. Isso representa 16,3% dos consumidores de planos de saúde no país.
no ano passado, a Agência tinha promovido um reajuste negativo de 8,1%. O motivo foi a redução das despesas assistenciais em 2020.
Situação das seguradoras após o aumento dos planos de saúde.
Segundo analistas de mercado, esse reajuste proporciona um alívio para o setor — que, no primeiro trimestre deste ano, teve resultados pressionados. No entanto, em um segundo momento, a decisão pode ser adversa.
De acordo com o Bradesco BBI, a notícia foi positiva para operadoras de planos de saúde. A principal favorecida é a Hapvida, porque quase 21% das receitas são decorrentes de planos individuais. A SulAmérica, por sua vez, tem uma parcela próxima a 10%.
Diante do anúncio da Agência, na quinta-feira passada, as ações da Hapvida subiram 5,22% na bolsa de valores. Já no dia seguinte, sexta-feira (27), os papéis aumentaram 1,27%, a R$ 7,15.
No caso da SulAmérica, as ações valorizaram 5,41% na última quinta. Um dia depois, os ativos registraram alta de 1,50%, a R$ 27,68.
Conforme a XP, como estava sendo pressionada a sinistralidade das operadoras de saúde — diante da diminuição de preços em 2021 —, a elevação comunicada recentemente passará a compensar o reflexo.
No entendimento de analistas, também poderá existir alguma vantagem para s operadoras Rede D’Or, Kora Saúde, MaterDei, Oncoclínicas, Fleury e Hermes Pardini. Isso porque essas empresas poderão negociar melhores valores com as operadoras.
Apesar disso, em um segundo momento, pode haver impactos negativos, de acordo com a XP. A razão é porque a decisão pode fazer com que os beneficiários fiquem pressionados na continuidade dos pagamentos. com isso, o número total de planos individuais pode ser afetado.