Milhares de restaurantes podem fechar as portas no Reino Unido; confira o motivo

No Reino Unido, os restaurantes que servem o tradicional prato peixe e fritas estão sofrendo grande pressão, uma vez que os preços destes dois ingredientes, inclusive o bacalhau e do óleo de cozinha, estão nas alturas após o conflito na Ucrânia. 

Nos próximos nove meses, quase um terço dos cerca de 10.000 restaurantes de peixe e batatas fritas do país podem fechar as portas, disse disse Andrew Crook, presidente da Federação Nacional de Frituras de Peixe. À CNN Business, ele afirmou que esta crise é a pior que ele já viu.

O grupo comercial responde por 1.200 empresas de peixe e fritas e está em atividade há mais de 100 anos. 

Andrew, proprietário de sua loja, afirmou que os preços começaram a se elevar no fim de 2021, no entanto, os preços dos ingredientes básicos saltaram desde o mês de fevereiro, mês em que teve início a guerra.

Empresas que integram todos os setores vem lutando com os altos preços, ao passo que os problemas da cadeia de suprimentos foram estimulados pela guerra na Ucrânia.

Porém as lojas britânicas de peixe e batatas fritas, que geralmente trabalham com margens muito pequenas, estão sentindo um aperto especial por conta da dependência do setor das importações russas.

Cerca de 40% do bacalhau e hadoque da indústria é oriundo de águas russas, e cerca de metade de seu óleo de girassol é importado da Ucrânia, explicou Crook.

Empresas vem desembolsando cerca de 83% a mais para comprar o óleo de girassol ante o início de março, disse Crook. Uma alternativa era o óleo de palma, que também está o dobro mais caro. 

A Indonésia, o maior exportador de óleo de palma do mundo, começou a restringir as exportações no mês passado para ajudar a manter o abastecimento doméstico.

Junta-se a isso, as contas de energia altíssimas e os preços pesados dos fertilizantes necessários para o cultivo de batatas.

“Fish and chips” é um dos pratos nacionais não-oficiais do Reino Unido. As primeiras lojas foram abertas ainda na década de 1860 e se popularizaram de forma rápida ao passo que o país se industrializou.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.