A atendente de cobrança Camilla Praxedes, de 22 anos, queria aproveitar o fim de semana do Dia das Mães com o marido e a filha de 4 meses em uma pousada na Serra da Cipó, ponto turístico de Minas Gerais. Ela já havia se hospedado no local em 2019 e aprovado as diversas comodidades oferecidas, como hidromassagem, cozinha, churrasqueira e decks com espreguiçadeiras nas suítes.
Os planos de Camilla, no entanto, foram frustrados, e ela teve um prejuízo financeiro de R$ 250, equivalente a metade do que foi cobrado pelos golpistas para fazer as reservas.
Ela e outras 13 pessoas denunciaram à Polícia Civil de Minas terem sido enganadas ao tentar fazer reservas na Pousada Santa Vila. O estabelecimento, no entanto, também alega ter sido vítima, uma vez que os criminosos teriam invadido as redes sociais da pousada, divulgado promoções falsas e muito atrativas e cobrado transferências por PIX para fazer as reservas.
Comodidade da tecnologia facilita os golpes
Golpes envolvendo reservas em pousadas, hotéis, hostels e alugueis temporários para turistas vem sendo cada vez mais aplicados no país. André Munhoz, Country Manager para o Brasil da Avast, empresa líder em segurança cibernética, alerta que as comodidades do mundo digital têm facilitado esse tipo de crime.
“A conveniência de comparar e comprar ofertas online, no horário e no local da escolha do usuário, tem se tornado uma prática constante dos consumidores, que estão cada vez mais digitais”, explica Munhoz. “Assim, a pessoa que está sonhando com uma viagem pode ser um potencial alvo, porque é improvável que, enquanto ela faz a reserva da sua estadia em um local paradisíaco, por exemplo, pense nos riscos cibernéticos que a sua reserva pode sofrer”.
Dicas para não cair no golpe
- Priorize fazer a reserva em estabelecimentos conhecidos, que tenham boa avaliação de outros clientes. Além de pesquisar pela reputação da empresa em sites como Reclame Aqui, também é útil conferir as redes sociais da marca;
- Confira se o site em que está fazendo as reservas é mesmo da empresa. Golpistas podem criar sites semelhantes para roubar dados ou dinheiro das vítimas. Também confira se o site tem selo de segurança e a sigla “https” ao lado do endereço, o que indica que ele usa criptografia;
- Desconfie de promoções enviadas por e-mail, WhatsApp ou anunciadas em redes sociais. Desconfie também de promoções muito atrativas;
- Ao conversar com as vítimas, os golpistas costumam cometer erros de português ou usar uma linguagem inadequada em contatos comerciais;
- Priorize o contato por ligação telefônica ou presencialmente;
- Caso caia no golpe, além de fazer o registro policial, faça uma representação criminal.