Nesta segunda-feira (9), as ações do Nubank tiveram um novo dia de fortes perdas. Na mínima do dia, os papéis do banco digitais foram negociados a US$ 4,25. Desde a Oferta Pública de Ações (IPO), no começo de dezembro do ano passado, os ativos da fintech já caíram 50%.
No pregão desta segunda-feira, as ações do Nubank fecharam em queda de 16,25%, a US$ 4,38. Este é o menor patamar desde o IPO.
Quando o Nubank estreou na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), valia mais que o Itaú. No entanto, atualmente, o banco digital vale a metade do banco tradicional. A fintech ainda tem sido avaliada abaixo do Santander, inclusive.
Já os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do banco digital, negociados na Bolsa de Valores brasileira, caíram 14,41%, a R$ 3,81.
O que aconteceu com o Nubank
Nesta segunda-feira, de modo geral, o mercado enfrentou um cenário adverso, segundo apurado pelo Estadão. Além disso, a Nasdaq recuou diante de temores com a escalada da inflação e preocupações de mais aumentos de juros nos Estados Unidos.
O Nubank ainda foi afetado por uma questão local. Na teleconferência de resultados, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, apresentou cautela com as operações de cartões — especialmente no meio digital. Vale destacar que este é o principal produto do Nubank.
O executivo informou que o banco tradicional está diminuindo em 40% a aquisição de clientes em cartões. O motivo é pela instituição “entender que é um produto mais volátil”.
Sobre os resultados a serem divulgados pelo Nubank para o primeiro trimestre, analistas de bancos como Bank of America e Goldman Sachs estimam aumento da inadimplência e das provisões para calote.
Isso devido ao aumento das operações de crédito da fintech — em empréstimos e cartões —, em uma situação escalada dos juros. Os cartões de crédito exigem maior provisionamento. Isso porque oferecem crédito sem garantia.
O Bradesco, ao divulgar os resultados do primeiro trimestre, apresentou cautela com seus bancos digitais.
Sobre seus bancos digitais, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirma que a instituição privilegiará menos o crescimento acelerado. Por outro lado, o banco dará mais atenção à rentabilização, retenção e fidelização desses clientes.