Em artigo, deputado elenca os benefícios econômicos da liberação dos jogos no Brasil

Felipe Carreras (PSB-PE) afirma que legalização vai gerar emprego e impactar positivamente a economia do país!

O debate em torno da liberação dos jogos de azar no Brasil tem sido travado em diferentes instâncias. Com o avanço do projeto de lei 442/1991, que foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora está no Senado, a chance de regularização em torno do setor tem se tornado cada vez mais próxima. Com isso, práticas como cassino online, bingo, apostas esportivas, cassinos integrados em resorts e o jogo do bicho estariam liberadas para a sociedade brasileira.

O tema gera conflitos na classe política. Os argumentos contrários estão quase sempre inseridos no campo da moral e da ética, como apontam os parlamentares que integram a Frente Parlamentar Evangélica. Outros políticos, como o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), apontam que a legalização pode facilitar a lavagem de dinheiro com a prática, assim como fortalecer o vício entre apostadores.

Deputados e senadores a favor da liberação dos jogos tentam contestar essas afirmações apresentando fatos e análises. Eles também têm procurado levar a discussão acerca da legalização para o lado econômico, em um momento de crise econômica e desemprego em alta.

Foi isso que o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) apresentou em um artigo publicado recentemente no site Jota, dedicado à cobertura política, do judiciário e econômica do país. “Hoje, o mercado ilegal dos jogos e apostas movimenta cifras que ultrapassam R$ 20 bilhões de reais/ano. O nosso país não vê a cor desse dinheiro”, começa o deputado, salientando que a regularização promete avançar sobre um setor que já está em pleno funcionamento, mas que não é tributado pelo Tesouro Nacional.

A partir daí, Carreras começa a elencar pontos que podem ajudar a desnudar a importância da regularização para os cofres públicos. Um dos benefícios pode estar no turismo. “Na Europa e na Ásia, os jogos de apostas são uma forma de entretenimento – oficial, regulamentada, tributada – que atrai milhares de pessoas e emprega outras milhares, direta e indiretamente, passando pelos garçons, cozinheiros, taxistas, entre outras profissões”, afirma.

Ele complementa. “Nos países das Américas esse mercado funciona legalmente – com exceção de Cuba e Brasil, que “exporta” 200 mil cidadãos por ano, que saem daqui para jogar e apostar. Ou seja, movimentam a economia de outras nações. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa indústria gera quase 2 milhões de empregos em mais de 200 tipos de profissões que recebem, por ano, US$ 74 bilhões. Legalizado, o mercado no Brasil geraria mais de R$ 60 bilhões por ano, e pagaria cerca de R$ 20 bilhões em impostos”, diz Carreras.

Carreras identifica os problemas que assolam o Brasil no que tange ao jogo ilegal, citando por exemplo uma das práticas mais antigas e consolidadas do país: o jogo do bicho. “Só o jogo do bicho envolve cerca de 450 mil empregos. Se levarmos em conta as outras modalidades, a formalização da indústria poderia proporcionar cerca de 650 mil postos de trabalho diretos e 200 mil novas vagas.”

Para o deputado pernambucano, que tem buscado pontes de diálogo com políticos opositores da medida, “agir dentro da lei significa arrecadação, tributação, geração de empregos formais diretos e indiretos, de renda, de economia girando, de desenvolvimento”. Por fim, ele afirma que o jogo não deixará de existir no Brasil, legal ou ilegal. E que a decisão de tornar a prática rentável ao país deve acontecer rapidamente. “Que pena para o Brasil essa indefinição octogenária. Em território nacional – e pelo mundo –, segue o jogo”.

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