O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não tem vivido os dias de glória. Atualmente, a autarquia enfrenta uma greve iniciada pelos servidores que já ultrapassou 30 dias, afetando os atendimentos presenciais, perícias médicas, análises e concessões de benefícios.
Em meio a este cenário caótico, o INSS tentou implementar um novo sistema de trabalho visando a otimização e agilidade na análise dos benefícios. Trata-se de um sistema de metas no qual os servidores da Previdência Social são estimulados através de pontos adquiridos mediante a realização de atendimentos presenciais.
Na prática, os servidores da autarquia devem cumprir metas e reunir uma pontuação que visa estimular a agilidade e atenção nos atendimentos presenciais. Essas metas sugerem que os servidores do INSS reúnam 4,27 se tratando de uma jornada semanal de 40 horas e de 3,20 pontos quando a jornada for de 30 horas no decorrer da semana.
A prioridade nestes atendimentos presenciais deve ser dada aos segurados que fizeram o agendamento pelos canais remotos (Meu INSS e Central 135). A implementação desta medida foi necessária em virtude da dificuldade que os servidores do INSS vêm enfrentando para colocar toda a demanda em dia após as agências da autarquia ficarem de portas fechadas por meses em virtude da pandemia da Covid-19.
Porém, os servidores do INSS não parecem ter ficado felizes com o novo método trabalhista. Na oportunidade, uma servidora que preferiu não ser identificada, reclamou da alta demanda, devendo analisar em média, 120 processos por mês, enquanto faz 5,5 pontos diariamente.
Segundo ela, a análise de uma aposentadoria concede apenas um ponto. No entendimento geral, é como se os servidores da autarquia tivessem um tempo cronometrado para analisar cada processo e toda a vida laboral do segurado, apenas em benefício do próprio instituto.
Vale mencionar que o apanhado feito até março indica que, no mês em questão, o INSS reunia 1,6 milhão de processos na fila de espera pela análise e concessão ou rejeição. Para ter uma noção da amplitude e gravidade da situação, a fila de espera formada exclusivamente por pedidos de perícia médica já soma 1.008.112 de segurados.