Nesta quarta-feira (16), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a Selic pela nona vez consecutiva. Agora, a taxa básica de juros subiu de 10,75% para 11,75%. Após divulgação do colegiado, analistas do mercado já fazem previsões se a Selic pode subir ainda mais.
A taxa Selic é o grande instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Dessa forma, a autoridade monetária passou a elevar a taxa de juros para conter o aumento de preços observados nos últimos meses.
Em comunicado, o colegiado informou que a guerra entre Rússia e Ucrânia elevou as incertezas sobre o cenário econômico global. Segundo o Comitê, um dos pontos que podem impactar a inflação são as políticas fiscais do governo.
O Copom ainda destacou que seguirá a realizar medidas necessárias para segurar a inflação. O colegiado estima, para a próxima reunião, um “ajuste na mesma magnitude”.
Visão de analistas se a Selic pode subir ainda mais
Em relatório enviado a clientes, os economistas do UBS BB diminuíram a estimativa para a Selic de 13,75% para 12,75% no fim do ciclo — que aconteceria na próxima reunião, em maio. Essa previsão acompanha o movimento apontado pelo Copom.
Conforme destacado pelos economistas, o colegiado indicou preferência por alta de 1 ponto percentual se o petróleo estiver em cerca de US$ 100 no fim deste ano. “E eles não consideram um risco significativo de desancoragem das expectativas de inflação”, alega o UBS.
Mesmo que o petróleo volte a US$ 120, os economistas acham bastante improvável de que o Copom reacelere o ritmo. “Se esse for o caso, eles provavelmente marcarão mais altas para a reunião de junho”, alegam os economistas Alexandre de Ázara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins.
Em nota a clientes, economistas para o Brasil do J.P Morgan avaliam que o comunicado do Copom foi além do “sinal um pouco mais ‘hawkish’” de contratar um novo aumento de 1 p.p. da Selic em maio, e sugere a possibilidade de encerramento do ciclo de aperto monetário após reunião de maio.
Os profissionais consideram que o Copom elevará a Selic em 1 p.p. em maio, segundo apontado pelo colegiado. Além disso, há a previsão de que esse ciclo seguirá em junho, com elevação de 0,5 p.p.
Desse modo, os economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira, do J.P Morgan, estimam o fim de ciclo da Selic, de 13,25%, em junho. Caso isso aconteça, a taxa de juros chegaria ao maior nível desde dezembro de 2016.