Nesta quinta-feira (10), o banco comercial americano Goldman Sachs anuncia sua retirada da Rússia. Com isso, este se tornou o primeiro grande banco de Wall Street a sair do país. A medida acontece após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em comunicado, o Goldman Sachs informou que está finalizando seus negócios na Rússia, conforme os requisitos regulatórios e de licenciamento.
O banco informou que está focada em apoiar seus clientes pelo mundo na gestão, ou encerramento de obrigações pré-existentes no mercado — além de assegurar o bem-estar de seus colaboradores.
Nos últimos anos, a instituição financeira se manteve na Rússia. Contudo, o país liderado por Vladimir Putin não representa uma fatia considerável de seus empreendimentos bancários mundiais.
No fim do ano passado, a exposição total de crédito do Goldman Sachs ao país era de US$ 650 milhões. Grande parte disso, era vinculado a contrapartes ou devedores não soberanos. A instituição não detalha o número de funcionários na Rússia.
Ao mesmo passo que anuncia a retirada da Rússia, o banco ainda segue negociando dívida corporativa vinculada à nação sem que a própria instituição realize apostas em movimentos de preços.
O Goldman Sachs declara que tem auxiliado seus clientes a diminuir o risco em títulos russos — que são negociados no mercado secundário —, sem buscar especular.
Diversas empresas deixaram de operar na Rússia após invasão à Ucrânia
Após a Rússia invadir a Ucrânia, diversas empresas comunicaram represarias ao país. Algumas anunciaram o fechamento de unidades. Já outras suspenderam aportes financeiros e serviços. O McDonald’s, por exemplo, decidiu encerrar todos os restaurantes na Rússia.
Como resposta para o boicote do Ocidente, o presidente russo ameaçou confiscar ativos de multinacionais que não voltarem atrás da decisão.
Ao Globo, o analista internacional e coordenador de Relações Internacionais de ESAMC, Guilherme Meireles, avalia que Vladimir Putin busca evitar uma crise social.
Segundo o especialista, o presidente vem conseguindo reprimir todas as manifestações contra a guerra. No entanto, caso se inicie uma crise social por conta do alto desemprego — ou uma cambial devido à desvalorização do rublo —, Meireles estima que o líder da Rússia pode perder apoio popular e até cair.