Atuação das mulheres no mercado de trabalho mostra misoginia para a manutenção econômica. No dia 8 de março, celebra-se o Dia Mundial da Mulher. A data tem como finalidade levantar debates e reflexões sobre os direitos femininos, relevando uma desigualdade de gênero presente em práticas sociais e econômicas. Entenda.
A não atuação igualitária da mulher no mercado de trabalho não é uma novidade. Há décadas, movimentos feministas lutam pela igualdade de direitos entre os gêneros. No entanto, a batalha está longe de se encerrar.
O Boletim das Mulheres no Mercado de Trabalho, pesquisa trimestral feita pelo NPEGen, mostra que a atuação das garotas no meio profissional ainda é marcada pela redução e salários e competitividade desigual de vagas.
De acordo com os estudos, com base nos dados de 2021, as mulheres ainda ocupam poucos espaços e recebem menos que a grande maioria dos homens que estão nos mesmos cargos.
Dados gerais sobre a atuação das mulheres no mercado de trabalho
A pesquisa trouxe os seguintes informes sobre a desigualdade de gênero:
- O número de desocupados atingiu seu ápice desde o início da série história da PNAD contínua (no 1º trimestre de 2012), sendo puxado pelo maior número de mulheres desocupadas. A taxa de desocupação total foi de 14,7% e para as mulheres foi de 17,9%;
- As mulheres foram a maioria na desocupação (54,5%), na subocupação (54,5%) e na subutilização da força de trabalho ampliada (56,4%), mostrando que a sua inserção no mercado de trabalho foi mais precária do que a dos demais grupos considerados;
- As mulheres indisponíveis aumentaram 53% em relação ao 1º trimestre de 2020 (1,2 milhão de mulheres);
- As mulheres subutilizadas aumentaram em 22,8% em relação ao 1º trimestre de 2020 (3,48 milhões de mulheres). E a taxa de subutilização atinge 29,7%, para o total do Brasil, e 36%, para o caso das mulheres, representando 11,8 p. p. a mais que a dos homens e um recorde desde o início da série histórica (cuja média foi de 23,9%);
- A desigualdade salarial de gênero se verifica mesmo com o aumento da escolaridade ou do cargo ocupado. A única situação na qual as mulheres auferem rendas maiores que a média do Brasil, mas que ainda assim ganham menos do que os homens e com uma diferença salarial ainda mais expressiva frente as demais categorias, são as que possuem ensino superior completo. E as únicas que recebem rendimentos superiores às dos homens são aquelas que estão ocupadas nas forças armadas.